Imediatamente após sair do tatame com a medalha de prata garantida na manhã deste domingo, o judoca Willian Lima exibia um misto de orgulho e decepção. Orgulhoso por ter conquistado a primeira medalha do Brasil nas Olimpíadas de Paris 2024, Lima também se sentia desapontado por acreditar que poderia ter vencido o japonês Hifumi Abe, que se tornou bicampeão olímpico e não perde uma luta desde 2019.
"Eu estava me sentindo muito bem tecnicamente e fisicamente, mas como nunca tinha lutado contra ele antes, estava um pouco perdido. Depois do primeiro waza-ari que tomei, percebi que poderia ter acreditado mais em mim mesmo. Eu deveria ter confiado, porque me esforcei muito para isso. Foi minha primeira Olimpíada e achei que ficaria muito mais nervoso, mas consegui trazer uma medalha para minha família, para o judô brasileiro e para todos que torceram por mim", afirmou Willian na zona mista.
Mais tarde, já mais calmo, o semblante do judoca refletia satisfação. O momento tão sonhado estava finalmente próximo: o pódio e a chance de presentear seu filho, Dom, de apenas nove meses, que estava em Paris com sua esposa, Maju.
"Meu filho foi todo planejado para estar aqui nos Jogos Olímpicos. Sei que muitos atletas de alto rendimento têm receio de ter filhos devido à rotina intensa de viagens, mas minha esposa me deu muita confiança. O clique final veio quando vi um dos meus ídolos no judô entregando sua medalha ao filho. Isso me inspirou a querer que meu filho acompanhasse minha trajetória, não quando eu estiver aposentado, mas agora, vendo o pai fazendo história. Embora ele não se lembre, temos a tecnologia para registrar tudo. Sei que ele ficará muito feliz e ele é meu amuleto da sorte. Então, ele foi parte fundamental para essa cena acontecer em Paris", celebrou Willian.