Durante depoimento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta quarta-feira (09), Alef Manga, que anteriormente atuava como atacante no Coritiba, admitiu ter envolvimento em esquema de manipulação no Campeonato Brasileiro, em 2022. O jogador disse estar arrependido e avaliou devolver os R$ 45 mil recebidos de indivíduos envolvidos em apostas.
Diretamente do Chipre, onde está atuando emprestado para o Pafos FC, Manga prestou depoimento por meio de uma videochamada. O atleta admitiu ser recompensado para receber pelo menos um cartão amarelo em uma partida. Manga forneceu informações sobre os eventos em questão e relatou que o plano foi facilitado por Diego Porfírio, seu antigo colega de equipe.
“Ele (Porfírio) veio até mim no quarto, me chamou para conversar no corredor sobre voltar atrás para eu tomar o cartão amarelo. Veio conversar, eu falei que não queria fazer, não queria, não queria, mas depois acabei aceitando. Falou para mim que o rapaz ia depositar o dinheiro depois do jogo. Fomos para o jogo, aconteceu que eu tomei o cartão amarelo”, abordou Manga.
“Depois da partida, ele me comunicou que tinha falado com o pessoal para que pudessem depositar o dinheiro. Ao longo da semana, não depositaram o dinheiro na minha conta. Falei com o Porfírio que eu queria o contato do rapaz para saber o motivo de não terem depositado”, confessou.
“Eles começaram a insistir, depois no CT e no telefone, para que eu tomasse o amarelo contra o Corinthians, que o valor ia ser dobrado. Nesse caso eu falei que não queria fazer mais, estava muito arrependido pelo que fiz”, completou.
"Estou aqui para deixar bem claro que estou à disposição de vocês para devolver o dinheiro", concluiu em depoimento.
Levir Leonardo, o advogado representante do jogador no caso, afirmou que a acusação apresentada ao Ministério Público e a investigação em curso no STJD não deverão interromper a trajetória profissional de Alef Manga.
“Acho que foi muito importante o Alef entender que ele deveria confessar o próprio ato e esclarecer para o tribunal, para a sociedade e para a imprensa o que de fato ocorreu. Ele deixou claro ali quem foi que intermediou, quanto recebeu...”, disse o advogado ao portal ge.
“Agora é aguardar o final dos depoimentos sigilosos e defender a posição de que o cartão amarelo, ainda que grave, não justifica uma reprimenda superior prevista no código. Assim que a defesa vai se posicionar”, completou.