O Flamengo foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 600 mil ao ex-segurança, Benedito Ferreira, que atuou no resgate de vítimas do incêndio no centro de treinamento do clube, em fevereiro de 2019. Na tragédia, 10 jovens jogadores das categorias de base do clube morreram. A autoridade considerou traumas causados no acidente.
O pagamento ficou em R$ 100 mil por danos morais e R$ 500 mil por danos materiais. Benedito também deve receber pagamento de pensão até os 78 anos, e ser reintegrado ao quadro de funcionários em até cinco dias, mas a decisão cabe recurso.
O segurança alega que sua saúde mental foi afetada pelo trauma do incêndio, tendo tido diagnósticos de transtornos depressivos e de pânico. A perícia constatou que a condição depressiva do vigia estava ligada ao incêndio e o tornou “permanentemente inapto para a função que exercia ou quaisquer outras similares”.
No dia 2 de agosto de 2022, quase três anos após o incêndio, Benedito foi dispensado. Segundo advogados do funcionário, a demissão impediu que ele tivesse acesso a estabilidade provisória acidentária, direito garantido por lei a trabalhadores que desenvolvem doenças relacionadas ao trabalho.
POSSÍVEIS MEDIDAS
O departamento jurídico do time segue analisando a sentença e as possíveis medidas a serem tomadas, incluindo a possibilidade de recorrer da decisão.
Todas as famílias das vitimas da tragédia já foram indenizadas pelo Flamengo. Após seis anos de negociações, o clube que firmou um acordo com os pais do goleiro Christian Esmério, última família que ainda não havia sido indenizada. Os termos do acordo permanecem temporários, de acordo com a cláusula de confidencialidade acontecendo entre as partes.