Dois anos se passaram, e o que parecia um sonho perfeito de três anos e meio terminou como um pesadelo. Na última sexta-feira, a diretoria são-paulina anunciou que Daniel Alves não irá mais jogar pelo clube após ele ter se recusado a treinar sob a alegação de que só retornaria depois que uma dívida de R$ 18 milhões fosse paga.
A decisão não foi surpreendente para quem acompanha o dia a dia do clube. A situação de Daniel Alves no Tricolor era praticamente insustentável com os diretores e, principalmente, com a torcida.
Após a apresentação de gala, com direito a entrevista coletiva no salão nobre do Morumbi (algo muito raro), o lateral-direito estreou no meio de campo no dia 18 de agosto daquele ano com direito a gol da vitória contra o Ceará, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.
A estreia encheu o torcedor de esperança. Naquele momento, imaginou-se que Daniel Alves seria o dono do meio de campo tricolor – o jogador pediu para sair da lateral e atuar como meia no Brasil.
Mas depois disso o que se viu foi um Daniel Alves entre altos e baixos, conseguindo apenas alguns lampejos com assistências e lances de efeito. O segundo gol dele, por exemplo, foi sair apenas em novembro de 2019, em empate por 1 a 1 contra o Santos.
Naquele mesmo mês, Daniel Alves recebeu as primeiras cobranças de parte da torcida após uma derrota em casa para o Athletico, pelo Brasileirão. Começava ali uma relação conturbada que jamais seria reatada.
O grande estopim para o racha aconteceu em 21 de setembro de 2020, no famoso caso da batucada. O camisa 10 postou vídeos em suas redes sociais onde aparecia com um tantã. Ele tocava no instrumento musical com a mão direita, a mesma que o tirou da viagem ao Equador para o jogo contra a LDU, pela Libertadores. O meia se recuperava de uma fratura justamente no antebraço direito.
Na primeira oportunidade que a torcida teve para protestar, o jogador de 38 anos foi o principal alvo. Em outubro do ano passado, após as eliminações no Paulistão, para o Mirassol, e a queda na fase de grupos da Libertadores, torcedores se reuniram em frente ao CT da Barra Funda e lembraram o episódio do tantã:
– Ô, Daniel, quebra meu galho, vai tocar samba lá na casa do c...
A temporada de 2020 terminou sem títulos e com um clima péssimo na relação clube/jogador. Foi neste ano, inclusive, que o grande problema começou.