Um vídeo mostra a cobra píton albina que foi resgatada em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, dentro de uma piscina durante uma festa na casa em que foi achada. O delegado Luziano Carvalho, responsável pelo caso, informou que a imagem foi gravada cerca de 15 dias antes do resgate do animal, que tem mais de 2 metros de comprimento.
Em outro trecho do vídeo é possível ver que várias pessoas carregam a cobra no colo. O dono da casa foi indiciado na tarde desta segunda-feira (5) por maus-tratos e por introduzir espécie animal no país sem parecer técnico, o que caracteriza tráfico.
“O vídeo mostra o autor em um momento de festa na piscina em sua casa com muitos amigos manuseando e causando um estresse nessa cobra. O cloro também causa irritações. Tudo isso caracteriza maus-tratos”, disse o delegado.
Apesar de não parecer pela imagem, o animal oferece riscos. O biólogo Edson Abrão disse que a espécie não é peçonhenta, mas mata por meio de estrangulamento.
Multa
Durante as investigações, o dono da propriedade chegou a dizer à polícia que um amigo havia deixado a cobra em sua casa. O delegado informou que essa hipótese foi descartada.
“Não tem amigo. Ele não soube indicar quem era essa pessoa”, disse.
Se for condenado, o suspeito pode pegar até 2 anos de detenção e pagar uma multa equivalente a até 360 salários mínimos, quase R$ 400 mil.
A polícia informou ainda que ele já foi multado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em R$ 3,7 mil.
Como foi o resgate
O resgate foi feito pelo Corpo de Bombeiros no dia 10 de junho, no Setor Aeroporto Sul, após uma moradora avistar a cobra e acionar os militares. Um vídeo mostra quando a corporação realizou o resgate.
Inicialmente, o animal foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais (Cetas) onde recebeu cuidados de biólogos.
Após ser analisada pelos profissionais, a cobra foi levada para o Zoológico de Goiânia. Segundo o delegado, o animal não conseguiria viver solta na natureza por ter sido criada em cativeiro e também por não ser uma espécie nativa do Brasil, o que causaria um desequilíbrio ambiental.