Algumas pessoas sentem primeiro as orelhas geladas; outras, as mãos. A percepção do frio varia de pessoa para pessoa, como explica Joachim Latsch, especialista em medicina esportiva da Faculdade de Esportes de Colônia, na Alemanha. Isso acontece porque sensores localizados na pele detectam a temperatura ambiente e definem nossa sensação de frio ou calor.
Esses sensores estão distribuídos de forma desigual pelo corpo. Em algumas pessoas, há uma concentração maior nas orelhas; em outras, em diferentes regiões. Além disso, a quantidade desses sensores varia entre os indivíduos, o que explica por que cada um sente o frio de maneira única.
Latsch compara essa diversidade a outras características físicas. “Assim como cada pessoa tem um tamanho de pé diferente, também há variações na quantidade de sensores térmicos”, comenta. Esses sensores, quando especializados em identificar o frio, detectam apenas temperaturas baixas e não respondem ao calor.
temperatura dos seres humanos
Independentemente do lugar onde se vive — seja no sul do Brasil, no deserto do Saara ou na Groenlândia —, a temperatura corporal média é bastante semelhante entre todos os seres humanos. “Em geral, temos uma temperatura média de 36,5°C, com pequenas variações de pessoa para pessoa”, afirma o especialista.
No entanto, quando essa temperatura passa de 42°C ou cai abaixo dos 30°C, o corpo entra em estado crítico. “Nessas situações, os órgãos vitais, como o cérebro e o coração, começam a falhar”, alerta Latsch. Isso pode levar a desmaios e até à morte, especialmente em casos de hipotermia.
Por isso, o corpo emite sinais de alerta quando há queda de temperatura. É essa resposta do organismo que nos faz sentir frio — um mecanismo de proteção para preservar o funcionamento dos nossos sistemas vitais.