Um serviço de vida selvagem do Quênia, prendeu quatro contrabandistas que tentavam transportar milhares de formigas vivas para a venda em mercados de animais exóticos na Europa e Ásia. Os criminosos serão julgados por tráfico de animais selvagens
Segundo um documento judicial visto pela Reuters, os agentes interceptaram cerca de 5 mil rainhas em mais de 2 mil contêineres, incluindo algumas da espécie rara Messor cephalotes. As formigas estavam embaladas em tubos de ensaio e seringas modificadas. O valor de mercado destes insetos chega a 1 milhão de xelins quenianos, aproximadamente R$ 45 mil.
As investigações revelaram que os tubos de ensaio foram projetados para sustentar as formigas (vivas) por até dois meses e escapar da detecção de segurança do aeroporto. Premeditado e bem executado.
SE DECLARARAM CULPADOS
Na segunda-feira, um queniano, um vietnamita e dois belgas se declararam culpados das acusações de posse ilegal e tráfico de animais selvagens vivos. Nesta terça-feira, compareceram ao Tribunal do Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta e estão presos.
Não viemos aqui para infringir nenhuma lei. Viemos por acidente e estupidez, assumiu o contrabandista belga David Lornoy.
LICENÇA DA EMPRESA
Uma fonte não identificada do comércio de formigas revelou à Reuters que os fornecedores precisam de uma licença da empresa de serviço de vida Kenya Wildlife Service e um certificado para exportar a formiga Messor cephalotes, espécie muito procurada e difícil de obter.
Para o KWS, o caso é um marco na luta contra a biopirataria, porque envolvia a tentativa de exportação de recursos genéticos do Quênia sem consentimento e em violação direta da lei.
Este caso sem precedentes sinaliza uma mudança nas tendências do tráfico. De grandes mamíferos icônicos para espécies menos conhecidas, mas ecologicamente críticas.