A relação entre polícia militar e moradores do Rio de Janeiro não é boa. A história dos PMs que doaram um aparelho de ar-condicionado para o pai de um menino com paralisia pode inspirar dias melhores.
O caso aconteceu em Alcântara, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Os habitantes sofrem com temperaturas que passam facilmente dos 40 graus neste verão e muita gente não tem condições de comprar ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado.
O Sargento França Junior, de 47 anos, fazia patrulhamento de rotina quando entrou na loja de bijuterias onde Marcos Viana trabalha. Ele queria saber se as coisas tinham melhorado com a intensificação das rondas policiais.
Aí veio a surpresa. O comerciante perguntou como os policiais estavam lidando com o calor desértico, tendo em vista a grossura da farda. Marcos reclamou bastante e disse odiar o verão. França estranhou, afinal a loja estava fresquinha.
“Foi então que ele me contou que tinha um filho especial e que, nesta época do ano, ele não consegue dormir e fica se debatendo por conta da alta temperatura que faz, mesmo de noite”, declarou o Sargento ao jornal Extra.
O policial militar ficou sensibilizado e determinado em dar um ar-condicionado para o filho do comerciante. França e o colega, o Cabo W. Coutinho, refletiram sobre o aumento considerável da conta de luz provocado pelo produto. No entanto, o comerciante disse que conseguiria dar conta.
“Sei que uma pessoa que ganha pouco não tem condições para pagar o valor que vem a (conta de) luz quando se usa este aparelho. Mas fui para casa com isso na cabeça aquele dia. Depois, conversei com meu parceiro de guarnição, o Cabo W. Coutinho, e ele topou dividirmos um ar para o rapaz. Mas antes, deveríamos perguntar se ele conseguiria manter o presente”.
Com o sinal verde, eles compraram o ar-condicionado e foi só alegria. Marcos conseguiu dar mais qualidade para a rotina do filho de 12 anos.
“Ficamos muito felizes e, na hora, fomos comprar o ar-condicionado para ele! Ele nos contou que o menino, quando soube, abriu um sorrisão! A mãe e a avó do menino choraram e queriam nos conhecer – disse o policial – Só de saber que iremos amenizar o problema de um garoto com paralisia, que nem sequer sabe falar. A gente se esforça para isto. Eu conversei antes com a minha esposa. Nós temos nossos problemas, nossas dificuldades do dia-a-dia, mas, na hora de ajudar, não pensamos duas vezes”.