Superlotação! Cerca de 50 pessoas subscreveram um manifesto contra o “turismo descontrolado” em Lisboa, Portugal, e apelam a mobilização para um protesto sonoro, ou melhor, um “buzinão”, no dia 9 de outubro - próxima quarta-feira - em seis locais da capital, incluindo os edifícios da Câmara Municipal.
O movimento, intitulado Porta a Porta, tem como o lema “Por Lisboa, faz-te ouvir!” e foi subscrito por 45 pessoas, que alerta para o impacto do "aumento desregrado do turismo", ao mesmo tempo que reclama por "uma cidade aberta, limpa, organizada, que receba e acolha", com respeito por quem nela vive.
"Qualquer cidade deve ser um espaço para viver e visitar. Quando o primeiro dos termos é esquecido em detrimento quase em exclusivo do segundo, os desequilíbrios são muitos e insustentáveis", apontam os moradores.
PERSONALIDADES PORTUGUESAS MOSTRAM APOIO
Entre os signatários do manifesto, ainda aberto a novos subscritores, estão personalidades como a ex-deputada do Partido Ecologista, Heloísa Apolónia, o sociólogo e antigo líder da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses Manuel Carvalho da Silva, o economista Ricardo Paes Mamede, a historiadora Raquel Varela, as cantoras Cristina Branco e Mitó Mendes e as escritoras Luísa Costa Gomes e Tatiana Salem Levy.
O arquiteto Tiago Mota Saraiva, um dos subscritores, explica que a iniciativa resulta de "uma incomodidade relativamente à forma como o turismo está a condicionar a vida na cidade", mas "não é um manifesto contra turistas". O que é preciso é um "turismo sustentável", contrapõe.
Estão ENTRE AS CIDADES EUROPEIAS MAIS LOTADAS
As duas principais cidades portuguesas, Lisboa e Porto, estão na lista da Holidu, portal de reservas para casas de férias, das mais sobrelotadas de turistas na Europa. A lista é liderada por Dubrovnik, na Croácia.
Barcelona, que também tem sido alvo de manifestações anti-turismo, ocupa o 20.º lugar, a capital espanhola, Madri, ocupa a 32.ª posição, Paris, que foi recentemente centro das atenções pelos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, ocupa a 12.ª posição, e até Munique, na Alemanha, está na lista (26.ª), destacando-se ainda Viena (22.ª) e Roma (23.ª).