'Fábrica da felicidade': descubra por que coreanos estão se trancando em celas

Sendo uma das sociedades mais envelhecidas do mundo, a nação se viu obrigada a trabalhar mais para não perder seu lugar na frente de competitividade internacional

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Velhos e novos- Há anos que a Coreia do Sul vive o que podemos chamar de “voo baixo” em sua estrutura social, cada dia mais ameaçada a romper devido a alguns fatores socioeconômicos. Sendo uma das sociedades mais envelhecidas do mundo, a nação se viu obrigada a trabalhar mais para não perder seu lugar na frente de competitividade internacional, reforçando os ideais milenares que enfatizam a prosperidade, dedicação e trabalho duro que a tiraram do assombrado passado agrário e foram essenciais em sua reconstrução no pós-guerra de 1945. 

Casos graves- O problema é que, em seu caminho para se tornar uma das economias mais promissoras do globo, a Coreia teve que enfrentar diversas consequências – ou melhor, negligenciá-las. Em média, mais de 35 pessoas tiram a própria vida por dia no país, em sua maioria pessoas que sucumbiram à pressão de serem bem sucedidas, ter posses e prosperidade econômica – valores enfatizados desde muito cedo na vida coreana.

Desde 2015- A Coreia se depara com uma queda nos índices de natalidade, sendo que em 2020, pela primeira vez, foram registrados mais mortes do que nascimentos, o que indica que o número de habitantes encolheu. Em 2022, o país quebrou seu próprio recorde de menor taxa de fertilidade do mundo. A taxa de fecundidade caiu para 0,81 em 2021, e deve despencar para 0,68 em 2024, segundo o Statistics Korea.

Os que não abrem mão da própria vida, abrem mão de viver- Para isso, eles se retraem completamente da sociedade para a segurança das próprias casas para não terem que lidar com a expectativa social e ansiedade generalizada sobre os aspectos da vida profissional. Esse fenômeno começou no Japão em meados da década de 1990 e é chamado Hikikomori. Segundo o Instituto Coreano de Saúde e Assuntos Sociais, estima-se que 350 mil a 500 mil coreanos vivem em situação de isolamento voluntário, sem sair de suas casas por anos. Os especialistas, no entanto, acreditam que este número possa ser muito maior.

Em meio a esse caos, surgiram as denominadas "Fábricas da Felicidade", que incentivaram pais coreanos a se trancarem em celas para entender o que seus filhos estão passando.

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