Conheça a história inspiradora de Márcio Germano, o primeiro juiz cego da Justiça do Trabalho

Márcio Aparecido da Cruz Germano, primeiro juiz cego da Justiça do Trabalho em 1ª instância, tem história de superação.

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 Que um juiz cego toma posse na Justiça do Trabalho na 1ª instância, em Curitiba, no Paraná. Márcio Aparecido da Cruz Germano, de 44 anos, assumiu a vaga. Ele perdeu a visão aos 4 anos, e desde então sua palavra de ordem é “superação”. Ele é filho de mãe diarista e músico à noite para se sustentar, enfrentou dificuldades e venceu. Na faculdade, ele tocava em bares e restaurantes.

O juiz foi aprovado no último concurso depois de atuar como técnico judiciário e analista judiciário. Márcio disse que, durante sua jornada, encontrou pessoas para ajuda-lo, desde criança até a vida adulta. E esbarrou em vários obstáculos, começando pela ausência de material em braile, por processos seletivos não adaptados para pessoas cegas e pela falta de apoio.

Márcio Germano- Tomou posse no último dia 26. Tem hoje, na Justiça do Trabalho, dois magistrados com deficiência visual, ambos atuando em 2º grau: o desembargador Ricardo Tadeu, e o desembargador Marco Antônio Paulinelli de Carvalho, do Tribuna Regional do Trabalho (TRT) de Minas Gerais. Disposto a fazer a diferença, Márcio Germano destaca a importância do material on-line e do uso da internet nos processos judiciais. Para ele, é um avanço que deve ser celebrado. Afirmou que o único pedido que fará é que seja colocado como assistente dele uma pessoa que o conheça e saiba lidar com as necessidades que ele tem.

O juiz contou que- Devido a um erro médico, ele teve perda progressiva da visão dos 4 aos 8 anos. Dali, viu-se obrigado a enfrentar vários desafios para poder estudar e conquistar seu espaço. Germano disse que agora tem computador com leitor de telas e acesso a livros digitais e cursos destinados a pessoas com deficiência visual. Ele contou sobre a intensa rotina de estudos dele até a aprovação: começava de madrugada e seguia durante o dia e a noite. O juiz afirmou que teve certeza que conquistaria uma vaga, durante a prova oral do concurso para a magistratura: “Pela primeira vez, eu me vi em igualdade de condições” com os outros candidatos.

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