Os elefantes são animais fascinantes e cheios de peculiaridades. Um dos aspectos mais marcantes é a tromba, uma espécie de “quinto membro” que funciona como nariz e é capaz até de apanhar objetos do chão. Mas outro traço impressionante está bem acima: as orelhas enormes que se destacam na cabeça desses gigantes.
Essas orelhas gigantes não são apenas decorativas. Elas têm funções vitais para a sobrevivência dos elefantes, especialmente dos africanos, que vivem em climas extremamente quentes. Ao contrário do que possa parecer, não são exageradas — têm um papel essencial na regulação da temperatura corporal.
O elefante africano, conhecido cientificamente como Loxodonta africana, é o maior mamífero terrestre do planeta. E, proporcionalmente, também é o que possui as maiores orelhas do reino animal. Elas representam cerca de 20% da área total da superfície do corpo desses animais.
Animais e os desafios enfrentados
Esses elefantes percorrem longas distâncias todos os dias — em média 25 quilômetros, podendo chegar até 190 quilômetros. Isso significa que enfrentam os mais variados tipos de clima e paisagem, como savanas, florestas, regiões áridas e até desertos, o que exige uma adaptação especial ao calor.
Para manter a temperatura corporal em torno de 36 °C, as orelhas entram em ação. Elas funcionam como verdadeiros radiadores naturais. Ao movimentá-las, os elefantes conseguem dissipar o calor excessivo acumulado no corpo.
Isso ocorre porque as orelhas têm milhares de vasos sanguíneos espalhados sob uma pele fina. Isso facilita a troca de calor entre o sangue e o ambiente externo. Um exemplo oposto são as orelhas do urso-polar, pequenas justamente para evitar a perda de calor em climas gelados.
Com sua grande área de superfície e estrutura fina, as orelhas dos elefantes africanos conseguem circular até 12 litros de sangue por minuto. Isso favorece o resfriamento corporal em dias escaldantes, tornando-se uma vantagem evolutiva significativa.
Embora impressionantes, essas orelhas não são as maiores proporcionalmente. Um pequeno roedor chamado jerboa de orelhas longas, nativo dos desertos da Mongólia e da China, tem orelhas que superam em um terço o tamanho da própria cabeça. Assim como os elefantes, o jerboa também usa suas orelhas para se refrescar no calor do deserto.