Queiroga nega que governo tenha reduzido meta de vacinação

Marcelo Queiroga diz que o governo retirou do cronograma vacinas que ainda não foram aprovadas pela Anvisa, como a Covaxin

Audiência pública | Divulgação
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Em audiência pública da Comissão Temporária da Covid-19 (CTCOVID19), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o governo não reduziu as metas de vacinação e apenas retirou do cronograma os imunizantes que ainda não foram aprovados pela Agência Nacinal de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o ministro, não houve redução de metas, o que ocorreu foi a retirada do calendário des vacinas que estavam sem a aprovação da Anvisa. "Entendemos que deveria entrar somente o que já está aprovado pela instância regulatória. Havia, por exemplo, previsão de 20 milhões de doses da  Covaxin, que não obteve o registro ainda, e nós retiramos para não criar uma falsa expectativa na população. Se for autorizada, vamos novamente colocá-la no calendário e, por óbvio, a vacinação vai caminhar mais rápido", disse.

Relator da comissão, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) foi o primeiro a abordar o assunto e questionou quando será apresentado um cronograma confiável, pois até agora cerca de 30 milhões de brasileiros foram vacinados, o que representa cerca de 15% da população.

A vacinação dos brasileiros continua caminhando a passos lentos. Israel, por exemplo, que lidera no mundo, já vacinou 65% de sua população; o Reino Unido, 50%; e o Chile e os Estados Unidos, mais de 40%. A projeção era vacinar os 77 milhões de brasileiros do grupo prioritário até junho de 2021. 

Ministro Marcelo Queiroga participa de audiência pública

O ministro, por sua vez, disse que não é possível comparar o Brasil com Israel e outros países menores. "Não há que se comparar com Chile ou Israel, pois o Brasil é um país de dimensões continentais e com grande dificuldade logística. Já temos, por exemplo, 56% da população indígena vacinada", explicou Queiroga. 

O argumento do ministro não convenceu a senadora Zenaide Maia (Pros-RN). Ela disse que falta vacina e não tem essa questão de estratégia e logística. "Essa história de dizer que é o quinto que mais vacina, nós somos também o segundo com maior número de mortes", disse.

O secretário-executivo do ministério, Rodrigo Otávio Moreira da Cruz, explicou que o número de 77 milhões de grupo prioritário vacinado só vai ser obtido em setembro.

Esta é a segunda vez que Marcelo Queiroga participa de audiência da comissão. Criado em fevereiro, com prazo de 120 dias de funcionamento, o colegiado tem como objetivo acompanhar as questões de saúde pública relacionadas ao coronavírus. É composto por 12 membros titulares e igual número de suplentes. O vice-presidente é o senador Styvenson Valentim (Podemos-RN).

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