O coordenador executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, João Gabbardo dos Reis, atribuiu hoje o aumento no número de internações em decorrência da covid-19 no estado a movimentos das classes A e B.
"Hoje pela manhã, nós tivemos uma reunião com médicos do Centro do Contingência que estão na linha de frente nesses hospitais e percebemos que pessoas com uma condição socioeconômica melhor, das classe A e Classe B, que ficaram em casa, trabalhando em casa, permaneceram mais isoladas, estão saindo, inadvertidamente", disse ele, durante entrevista à CNN Brasil.
Segundo Gabbardo, o aumento de 18% no número de internações, já divulgado pelo governador João Doria (PSDB) teria ocorrido principalmente por conta de pessoas que estiveram em confraternizações.
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"[São pessoas que se] contaminaram em confraternizações, reuniões, festa de casamento. É exatamente nesses locais onde as pessoas bebem, estão sem máscara, conversam e ficam muito tempo em contato.", prosseguiu.
A frase vai na mesma linha do que já havia informado o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, de que a maior parte dos infectados é de adultos das classes A e B, que voltaram para as ruas depois da flexibilização da quarentena.
Em sua fala, Gabbardo apontou uma tendência de comportamento que explicaria parte de como a pandemia se espalhou pelo país.
''A primeira vez da epidemia [no Brasil, em março] começou com pessoas que estavam voltando de outros países, via aeroportos. Agora, o que estamos percebendo é que essas pessoas estão saindo para confraternizações. É tudo o que o vírus precisa para atacar a nossa população."
Ex-número dois do então ministro Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, Gabbardo afirmou que autoridades que fizeram pouco caso da covid-19 devem um pedido de desculpas ao brasileiro.