As internações por Covid-19 no Hospital Albert Einstein, em SP, deram um novo salto nesta semana, com um aumento de 66% em relação ao número de leitos ocupados entre setembro e o começo deste mês.
O boletim fechado na segunda (16) mostra que há 83 leitos ocupados por pacientes com diagnóstico confirmado para a Covid-19.
Da última semana de setembro ao dia 12 de novembro, a média de internações oscilou entre 50 e 55 pacientes infectados pelo SARS-Cov-2.
De acordo com o hospital, "os novos números são insuficientes para projetar qualquer evolução da pandemia no Brasil". Os dados, porém, "alertam para a necessidade da manutenção das medidas de prevenção: uso de máscaras em qualquer ambiente, fechado ou ao ar livre, respeitar o distanciamento social sempre, não participar de aglomerações e realizar a higienização das mãos com frequência".
A coluna revelou, na semana passada, que hospitais privados registravam aumentos preocupantes no número de pacientes infectados pelo novo coronavírus. E que também o setor público da capital teve um aumento nas internações.
O governador de São Paulo, João Doria, negou as informações. Na segunda (16), ele admitiu que elas subiram 18% no estado.
O salto é creditado ao comportamento das classes média e média alta, que têm relaxado nos cuidados, saindo para festas, encontros privados com amigos e restaurantes sem qualquer cuidado. E adotando o comportamento mais perigoso de todos: ficar perto das pessoas sem máscaras, o que facilita a transmissão do novo coronavírus.
Em uma carta distribuída a amigos, a infectologista Christina Gallafrio Novaes, do Hospital das Clínicas de São Paulo, fez um apelo dramático para que as pessoas voltem a intensificar os cuidados.
No texto, ela relatou que "as infecções por Covid têm aumentado na cidade de São Paulo entre as classes A e B nas últimas 3 semanas, e vários hospitais de que tenho informação ou vivência direta (Sírio, Oswaldo [Cruz], 9 de Julho, Samaritano, Santa Paula, São Luiz...) tiveram aumento significativo de atendimentos". Pelo menos dois deles, afirma a médica, "estão lotados".