Após o Ministério da Educação anunciar o fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), criado durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL-RJ), pelo menos quatro Prefeituras do Piauí sinalizaram que manterão o modelo com o emprego de recursos próprios.
Parnaíba, segunda cidade mais populosa do Estado, é um exemplo. No município, o prefeito Mão Santa (União Brasil), reuniu-se com a direção da Escola Municipal Cívico-Militar Roland Jacob e garantiu os recursos para manter o funcionamento da unidade.
Líder do Poder Executivo de Picos, Gil Paraibano, adotou uma posição similar à de Mão Santa, defendendo o modelo.
"Acreditamos que a educação é a verdadeira transformadora de vidas e não poderíamos deixar um projeto tão bonito e importante, como é o da Escola Cívico-Militar de Picos, acabar; por isso, manteremos com recursos próprios do município essa grande instituição de ensino que muito nos orgulha e que tem feito tanto bem para o desenvolvimento de nossos alunos", disse.
Em União, Gustavo Medeiros (União Brasil) vai manter o modelo Cívico Militar na escola municipal Murilo Braga. A unidade aderiu ao Programa Nacional em março de 2022. Por fim, em Campo Maior, o prefeito Joãozinho Félix (MDB), também cravou a manutenção do modelo cívico-militar. Cabe indicar que o Programa causava uma série de controvérsias e era questionado por entidades de ensino, especialmente pelo projeto pedagógico; na justificativa para o fim, o MEC indicou para o desvio de finalidade das Forças Armadas, por exemplo.
As unidades de ensino não serão fechadas, haverá somente uma conversão gradual e planejada para o modelo tradicional de escolas. Segundo o MEC, cada sistema de ensino deverá definir estratégias específicas para reintegrar as unidades educacionais às redes regulares.
Ao todo, no Brasil, 216 escolas aderiram ao modelo nas cinco regiões.