Como controlamos? De onde vêm as doenças? É genético? Estas são perguntas comuns entre muitas outras que cientistas tentam responder por meio de pesquisas com pessoas do mundo todo e em tempos diferentes. No entanto, o funcionamento da mente humana ainda é uma incógnita, e pode ser estudada por muitas camadas, entre elas a memória.
Pensando nisso e obstinada por entender o funcionamento do cérebro desde criança, a neurocientista norueguesa May-Britt Moser já dedicou mais de três décadas a pesquisas sobre nossas memórias e o que nos leva a perdê-las.
Em 2014, Moser recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina pelas pesquisas realizadas sobre o hipocampo e o córtex entorrinal , partes essenciais à memória humana. Nesta semana, a laureada esteve no Brasil pela primeira vez para participar da programação do Diálogo do Prêmio Nobel , evento realizado nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.
DESBRAVANDO A MEMÓRIA
Os estudos da norueguesa dão respostas a algumas das questões mais básicas sobre a formação da nossa memória, ou seja, sobre a nossa capacidade de lembrar momentos específicos de nossa trajetória e saber quando, onde e o que aconteceu em nossa vida.
Sua equipe, vem há 3 décadas, desenvolvendo pesquisas com ratos para identificar quais são, precisamente, as células envolvidas nesse processo — e o progresso feito pelo tempo foi imenso. Em 2005, publicaram na revista Nature um artigo que anunciava a descoberta das células de grade, que são essenciais para o nosso senso de localização.
Entre suas pesquisas, foram encontradas partículas que ficam no córtex entorrinal, uma área essencial ao funcionamento do hipocampo que começou a receber atenção no século XXI. Ela funciona como um “GPS” do nosso cérebro e também é uma das partes mais prejudicadas pela doença de Alzheimer — pois, um dos primeiros sinais da condição é a desorientação espacial.
“Nós aprendemos que as células dessa área são as primeiras a morrer [com o avanço da doença de Alzheimer], então é importante que estudemos elas para entender o que está causando essa morte celular e como pará-la ”, explica o cientista em coletiva de imprensa.
PREVENÇÃO de doenças neurodegenerativas
Segundo a especialista, apesar dos enormes avanços promovidos por essas descobertas da mente, ainda há muito o que desvendar sobre como armazenamos as memórias, por que as perdemos e como podemos evitar que isso aconteça.
Contudo, a Organização Mundial da Saúde (OMS), adverte que para prevenir o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas e manter uma vida saudável, é ideal seguir alguns passos:
1- Manter a mente ativa, estudando, lendo, fazendo exercícios de aritmética, jogando e participando de atividades em grupo;
2- Ter uma alimentação saudável e equilibrada, rica em antioxidantes, ácidos graxos ômega-3 e vitaminas do complexo B;
3- Fazer atividades físicas regulares;
4- Evitar o tabagismo e o consumo de bebida alcoólica;
5- Evitar o isolamento social;
6- Controlar a pressão e a glicemia;
7- Dormir bem;
8- Reduzir a exposição à poluição do ar e ao fumo passivo;
9- Evitar a terapia de reposição de estrogênio no pós-menopausa.