Em 11 de outubro foi celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, uma data que reforça a importância dos cuidados com a saúde auditiva. O objetivo da campanha é alertar a população de que alguns hábitos comuns do dia a dia, que parecem inofensivos, podem causar danos progressivos à audição ao longo do tempo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,5 bilhão de pessoas, quase 20% da população global, vivem com algum grau de perda auditiva, sendo que 430 milhões têm deficiência incapacitante. A estimativa é que, até 2050, mais de 700 milhões de pessoas convivam com perda auditiva grave.
Hábitos que causam danos à audição
Em entrevista ao Terra Saúde, Henrique Gobbo, otorrinolaringologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), explicou que a perda auditiva induzida por ruído é irreversível.
A exposição prolongada a sons intensos pode causar danos permanentes às células auditivas. Outro hábito prejudicial é o uso incorreto de cotonetes ou objetos para limpar os ouvidos, que podem ferir o canal e empurrar a cera para dentro. Tabagismo, consumo excessivo de álcool e o uso de certos medicamentos sem orientação médica também afetam a audição a longo prazo, explica.
O médico reforça que o fone de ouvido pode ser usado, mas com moderação. O risco está no volume e no tempo de exposição, sendo difícil para o usuário perceber quando o som está excessivo. "A recomendação é seguir a regra do 60-60: volume até 60% da capacidade máxima, por no máximo 60 minutos seguidos, fazendo pausas. Modelos que isolam o som ambiente são mais seguros, pois reduzem a necessidade de aumentar o volume. Já os fones de condução óssea oferecem maior risco, pois pulam mecanismos naturais de proteção contra sons elevados", detalha.
Sinais que exigem avaliação médica
É fundamental ficar atento a alguns sinais de alerta que exigem avaliação médica imediata, pois podem indicar problemas de audição. Henrique Gobbo lista
Zumbido constante nos ouvidos (apito ou chiado);
Dificuldade para compreender conversas, especialmente após os 40 anos;
Hábito frequente de ouvir música em volume alto;
Sensação de ouvido tampado;
Perda súbita da audição.