O intestino inflamado é mais comum do que se imagina. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 10 milhões de pessoas sofrem com a doença inflamatória intestinal (DII) em todo o mundo. O problema não tem cura, mas é possível controlar o processo inflamatório e diminuir os sintomas com a ajuda de tratamentos.
A Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) também tem números que mostram que o número de casos dessas doenças tem apresentado crescimento no Brasil. O Sistema Único de Saúde (SUS) registra 100 casos a cada 100 mil habitantes. A maior parte destes casos são registrados em homens e em mulheres com idade entre 15 e 40 anos.
Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa são exemplos de doenças inflamatórias intestinais. Elas são doenças crônicas que têm origem no próprio corpo do paciente, e acontece quando há uma resposta inflamatória fora do normal depois de acontecer exposição a algum gatilho. Essas doenças podem atingir o intestino em sua totalidade ou apenas uma parte dele.
Atento aos sinais
Para que se chegue ao diagnóstico precoce destes problemas, é necessário que se esteja atento aos sinais para que se possa buscar ajuda profissional e um tratamento adequado. Diante disso, é necessário que se aposte em iniciativas de conscientização da população, da indústria, de quem sofre com o problema e dos próprios médicos.
“Em geral, os primeiros sinais são constipação, dores abdominais e diarreia, frequentemente levando à associação com outras doenças. Além disso, são doenças sistêmicas, ou seja, afetam todo o corpo humano, ao invés de apenas um órgão, causando efeitos variados. Por isso, elas são associadas a comorbidades”, afirma a gastroenterologista e presidente da Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB), Cristina Flores.
Dificuldade no acesso ao tratamento
De acordo com dados da Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), cerca de 12% das pessoas que sofrem com essa condição levam mais de três anos para buscar um médico especialista (gastroenterologista ou coloproctologista), e 43% foram ao menos quatro vezes ao pronto-socorro antes de receber um diagnóstico final. “Por isso, a importância do diagnóstico precoce. Quanto antes a doença for descoberta, mais rapidamente poderá ser tratada e, com isso, garantir mais qualidade de vida ao paciente”, alerta a especialista.
Importância do tratamento adequado
Ainda não existe cura para estas doenças, mas há tratamentos que ajudam a aliviar o intestino inflamado e a diminuírem os sintomas. “Quando o paciente recebe o diagnóstico, várias dúvidas começam a surgir. Por isso é importante não se acomodar e dialogar com o especialista sobre qualidade de vida. Muitas vezes, vergonha, ansiedade e medo podem gerar dificuldades para que o paciente busque informações e o tratamento adequado com um especialista”, afirma Dra. Cristina Flores.