
O sono é uma preocupação fundamental para os seres humanos. Isso fica claro pelo fato de termos criado diversas estratégias para adormecer rapidamente, sabermos o momento ideal para ir para a cama e termos uma infinidade de truques para melhorar a qualidade do nosso sono.
Porém, apesar de sempre termos ouvido que dormir mais horas é melhor para a saúde, nem sempre isso é verdade. Neste ano, descobrimos que talvez estejamos exagerando na quantidade de horas que dormimos. Agora, também sabemos que, em algumas situações, dormir "menos" pode até trazer benefícios. Esse conceito foi recentemente abordado na Scientific American.
Outro padrão
A recomendação de dormir entre 7 e 9 horas por noite se tornou um padrão, respaldado por estudos que vinculam a falta de sono a problemas como perda de memória, doenças cardíacas, enfraquecimento do sistema imunológico e até demência.
No entanto, as pessoas não são todas iguais. Existe um pequeno grupo de indivíduos, conhecidos como "pessoas com sono curto natural", que fogem dessa regra. Esses indivíduos, com uma predisposição genética, precisam de apenas 4 a 6 horas de sono para manter a saúde e a energia, o que levou os cientistas a reconsiderarem a visão tradicional do sono como uma necessidade uniforme para todos.
Benefícios exclusivos
Pessoas com predisposição genética para dormir menos não só se beneficiam do descanso reduzido, mas também possuem características especiais, como maior energia, resistência ao estresse, otimismo e capacidade de tolerar dor. Estudos sugerem que elas podem viver mais, devido à eficiência de seus processos metabólicos e à redução do acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro, o que poderia prevenir doenças como o Alzheimer.
Essa descoberta desafia o modelo tradicional de sono, que se baseia no ritmo circadiano e na homeostase do sono. Os pesquisadores sugerem a existência de um terceiro fator, a "impulsividade comportamental", que mantém essas pessoas ativas com menos sono. Além disso, teorias indicam que sua eficiência de sono pode estar relacionada ao maior tempo nos estágios de sono profundo ou a um metabolismo cerebral mais rápido, o que abre novas possibilidades para entender e otimizar o sono humano.