Muita gente evita consumir produtos industrializados e ultraprocessados pelos prejuízos que eles podem causar à saúde. No entanto, boa parte dessas pessoas confunde os conceitos e acha que produtos industrializados e ultraprocessados são a mesma coisa. Mas não é bem assim. Diante disso, a nutróloga Marcella Garcez esclarece algumas dúvidas sobre o assunto.
“Alimento industrializado e ultraprocessado são termos que se referem a categorias distintas de produtos alimentícios. A diferença envolve o grau de processamento e a composição dos ingredientes. Todo alimento ultraprocessado é industrializado, mas nem todo alimento industrializado é ultraprocessado”, garantiu em entrevista para o Sport Life.
Diferenças
Ela explica que alimentos industrializados são aqueles que passam por um processo com algum nível de processamento para transformar matéria-prima em produto. “Pode envolver técnicas, como moagem, fermentação, cozimento, pasteurização e entre outros. Geralmente contém uma combinação de ingredientes naturais e pode incluir conservantes, corantes e aromatizantes, mas o nível de processamento é variável”, detalhou a profissional.
Já as opções ultraprocessadas enfrentam vários processos industriais e possuem muitas aditivos e ingredientes, o que resulta em produtos com baixo teor nutricional e alta densidade energética. “Entre os principais aditivos estão corantes, estabilizantes, aromatizantes, adoçantes artificiais, realçadores de sabor, além de quantidades significativas de açúcares, gorduras e sódio. Porém, a classificação de um alimento como ultraprocessado não implica automaticamente em algo prejudicial à saúde. O equilíbrio e a moderação na dieta são fatores chave para uma alimentação saudável”, orientou Garcez.
Alimentos industrializados para quem treina
As melhores opções são aquelas que tenham os nutrientes necessários para sustentar a energia, a recuperação e o desempenho atlético. “As barras de proteína com teor reduzido ou sem açúcares e com ingredientes mais naturais, os iogurtes proteicos, as refeições prontas congeladas com ingredientes inteiros e equilibrados, as bebidas, os cereais integrais, as frutas secas, sementes e oleaginosas são alimentos ultraprocessados que podem ser consumidos por praticantes de atividade física. Sem falar nos suplementos alimentares como proteínas em pó e aminoácidos, úteis para atender às necessidades individuais”, sugeriu.
A médica afirma ainda que os alimentos ultraprocessados que são menos piores para incluir na alimentação são aqueles que possuem menor quantidade de aditivos e conservantes. “Como sopas, molhos, temperos, barras de cereais e sementes, alimentos à base de leguminosas, como soja, ervilhas e grão de bico, cereais matinais sem açúcar adicionado, iogurtes com probióticos e refeições prontas com ingredientes minimamente processados. Lembrando que a qualidade pode variar entre marcas e produtos individuais. Ler os rótulos com atenção, escolher opções com menos aditivos e procurar alternativas mais próximas de alimentos naturais e integrais são práticas importantes”, encerrou a Dra. Marcella Garcez.