A venda e o consumo de cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes, têm crescido exponencialmente no Brasil, apesar da proibição imposta pela Anvisa desde 2009. Em entrevista ao podcast da Uol Prime, a repórter Talyta Vespa, coautora da reportagem “Os relatos de quem destruiu a saúde fumando vape’’, fez o alerta dos perigos por trás do uso do dispositivo.
A indústria do tabaco demonstra interesse em regulamentar o mercado de vapes, o que, segundo especialistas, poderia agravar ainda mais o problema de saúde pública. A repórter compartilhou casos de jovens que apresentaram casos graves de saúde devido ao consumo intenso do vape.
Ele começou a ter uma tosse constante e, de repente, começou a tossir sangue. Tinha 21 anos. Descobriram que o pulmão dele estava muito debilitado e ele precisaria fazer uma cirurgia. Durante a cirurgia, o pulmão começou a esfarelar na mão dela. Ele ficou com metade de um pulmão, foi o que sobrou.
POPULAR E PERIGOSO
Os vapes têm se tornado cada vez mais populares entre os jovens, atraídos por sua aparência moderna, variedade de sabores e pela falsa ideia de que são menos prejudiciais que os cigarros tradicionais.
A publicidade online, feita por influenciadores, também contribui para a disseminação do uso desses produtos. Segundo Talyta, “muitas empresas de cigarro eletrônico contratam esses influenciadores de uma forma também extraoficial".
FISCALIZAÇÃO
Diante desse cenário, explica a jornalista, especialistas e pesquisadores defendem a necessidade de intensificar a fiscalização e a punição dos envolvidos no comércio ilegal de vapes.
A regulamentação do mercado, como defendem alguns setores, é vista como uma ameaça à saúde pública, pois ela pode legitimar o uso de um produto altamente viciante e prejudicial.