Câncer de pâncreas: Nova vacina destrói células cancerígenas em estudo

A vacina conseguiu induzir a produção de células do sistema imune em até 50% dos participantes

A BioNTech utilizou a tecnologia de RNA, a mesma usada no desenvolvimento da vacina contra covid-19 | Reprodução: Internet
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Um novo estudo publicado na revista científica Nature mostra um avanço da ciência. Pesquisadores descrevem que uma vacina desenvolvida pela empresa alemã BioNTech conseguiu destruir células cancerígenas no pâncreas. Diferentemente de outras vacinas, essa opção é desenvolvida com um método personalizado para cada paciente e funciona como um tipo de imunoterapia contra o câncer de pâncreas.

A empresa responsável pela vacina confirmou a eficácia da antitumor no último ano, contudo, ainda era necessário realizar mais estudos para entender sobre o uso em humanos. Não é à toa que eles prepararam um estudo em tão pouco tempo, com um ensaio clínico em voluntários humanos; a vacina conseguiu induzir a produção de células do sistema imune em até 50% dos participantes, combatendo os tumores com mais eficácia.

De acordo com especialistas, 16 pacientes com câncer de pâncreas participaram do estudo, mas somente oito responderam positivamente à vacina. Todos os participantes fizeram cirurgias para remover o tumor antes da vacinação e realizaram tratamentos de quimioterapia e imunoterapia com anticorpos monoclonais. No total, oito pacientes não apresentaram nenhuma evidência de retorno do tumor após 18 meses da cirurgia, contudo, os outros participantes não responderam ao tratamento e, em média, o câncer voltou a ser detectado após 13,4 meses. 

Aqueles que tiveram sucesso no tratamento apresentaram o aumento de células T, que fortaleceram o sistema imune para atacar as células cancerígenas. Em resumo, a vacina treinará o sistema imune dos pacientes para atacar as células cancerígenas e, assim, reduzir a porcentagem de recorrência do tumor. A BioNTech utilizou a tecnologia de RNA, a mesma usada no desenvolvimento da vacina contra covid-19 da empresa, e os testes foram conduzidos pela organização Memorial Sloan Kettering Cancer Center, de Nova York. 

Ao receber a vacina, a tecnologia de RNA passará instruções para as células do paciente e, assim, seu organismo passará a produzir antígenos contra as células cancerígenas — RNA é uma molécula auxiliar do DNA. De qualquer forma, os cientistas afirmam que a primeira fase do ensaio clínica foi realizada para avaliar a segurança da vacina, e não a eficácia do produto; ou seja, ainda é necessário avaliar a imunização em ensaios de fases 2 e 3 — só assim os cientistas terão certeza de que a vacina aumenta as defesas naturais do corpo contra o câncer. 

É importante destacar que os pesquisadores se concentraram no tumor do tipo adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC), que afeta mais de 90% dos casos de pessoas com câncer de pâncreas. Como citado, a BioNTech já havia anunciado que a vacina era segura, contudo, os cientistas ainda precisavam avaliar se o produto é eficaz na geração de resposta imune. Agora, a informação foi validada e eles podem passar para os próximos testes. "De forma geral, nós reportamos evidências preliminares de que uma vacina individualizada de RNA mensageiro, em combinação com imunoterapia e quimioterapia, induziu atividade substancial de células T do sistema imune nos pacientes que passaram por remoção cirúrgica do adenocarcinoma, e isso teve correlação com a demora na remissão", os cientistas explicam no estudo.

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