A oncologia mundial enfrenta um grande desafio com o câncer de fígado, especialmente o hepatocarcinoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), essa é a sexta neoplasia mais frequente no mundo e a terceira principal causa de morte entre os tumores, com forte relação com doenças hepáticas crônicas.
As hepatites B e C aparecem como os fatores de risco mais relevantes. Quando não diagnosticadas ou tratadas a tempo, essas infecções podem evoluir para cirrose e, posteriormente, para o câncer hepático. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 700 mil pessoas convivam com hepatite C e mais de 1 milhão com hepatite B.
Durante o mês de julho, conhecido como Julho Amarelo, ações de conscientização buscam alertar a população sobre os perigos das hepatites virais. A campanha reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento — elementos cruciais para evitar a evolução dessas doenças silenciosas para o câncer.
A infecção por hepatite B pode ser evitada com a vacinação, considerada uma das formas mais eficazes de prevenção contra o vírus.
Como tratar a doença
Já no caso da hepatite C, mesmo sem uma vacina disponível, o tratamento antiviral moderno tem alta taxa de cura, o que contribui para diminuir o risco de evolução para o câncer hepático.
Além das hepatites, outras condições também favorecem o desenvolvimento do hepatocarcinoma. Entre elas, destacam-se o consumo excessivo de álcool, a obesidade, a esteatose hepática não alcoólica (relacionada ao aumento de peso), o tabagismo e a exposição a agentes tóxicos do ambiente.
Geralmente, os sintomas do câncer de fígado demoram a aparecer. Dor no lado direito do abdome, perda de peso inexplicada, cansaço constante, pele e olhos amarelados (icterícia) e aumento do abdômen são sinais que merecem atenção, especialmente em pessoas com histórico de hepatite ou cirrose.
A data de 28 de julho, que marca o Dia Mundial de Combate à Hepatite, reforça o alerta para a necessidade de ampliar o acesso a exames, campanhas de vacinação e tratamentos que possam interromper o ciclo que leva ao câncer hepático.
Adotar uma abordagem integrada — combinando prevenção, diagnóstico precoce e terapias eficazes — é essencial para mudar o cenário atual. Além disso, os avanços em pesquisa clínica e tratamentos oncológicos continuam sendo aliados fundamentais para melhorar o prognóstico dessa doença que ainda representa um enorme desafio à saúde pública brasileira.