Os pais do estudante de Direito Lucas Vinícius Monteiro, de 24 anos, que está desaparecido há mais de duas semanas em Teresina, do Ana Monteiro Oliveira e Moisés Monteiro Oliveira, concederam uma entrevista exclusiva ao programa Ronda Nacional nesta quarta-feira (11), onde voltaram a desmentir as primeiras versões a respeito do caso dadas pela namorada Maria Gabriela Soares Vasconcelos.
Ana Monteiro Oliveira voltou a ressaltar que o estudante era bastante vaidoso, se cuidava, trabalhava e não tinha um quadro depressivo, alegado pela namorada. “O Lucas era um menino normal, trabalhador, sonhador, em momento nenhum ele estava em depressão, agora se for passar em psiquiátrico, então o povo todo de Teresina tem problema mental, pois estudos comprovam que boa parte de Teresina passam por psicólogos. Na pandemia, quem não passou?”, questionou a mãe.
A mãe relatou ainda que foram comunicados do fato pela cunhada de Lucas, Emanuela Vasconcelos e chegou a falar com o filho antes de seu desaparecimento. Ana Monteiro também refutou a versão de que Lucas Vinícius estaria em uma festa bebendo. Segundo ela, ele não consumia bebida alcoólica.
“No dia 24 no sábado, nós falamos com o Lucas por volta de 22h30 da noite e ele saiu após esse horário com a Gabi e quando foi 2h50 da manhã, o telefone toca de uma maneira grosseira. A cunhada Manuela ligou para gente e disse: ‘venham para Teresina, mas não venham com a esperança de encontrá-lo vivo’. O Lucas só bebia cerveja em álcool. Nem refrigerante o Lucas tomava”, disse.
Mãe reitera que há indícios de que corpo encontrado é de Lucas
A mãe do jovem citou o achado de um cadáver carbonizado no último dia 30 no Assentamento Emiliano Batata, na região do Rodoanel de Teresina, que pode ser de seu filho. “O Lucas tinha uma escápula da costa maior que a outra e eu percebi que existe essa ligação. Se for meu filho que está ali carbonizado mesmo, foi muita brutalidade, muita crueldade, tamanha monstruosidade. Meu filho não merecia isso. Aliás, nenhum ser humano merece isso”, desabafa.
Contudo, nesta quarta-feira (11), em entrevista ao meionorte.com, o advogado de defesa Wytalo Veras, que representa Maria Gabriela Vasconcelos, namorada de Lucas Vinícius, negou a suspeita da mãe do jovem desaparecido. Wytalo afirmou que, não existe nenhum laudo pericial conclusivo que aponte alguma ligação entre o corpo encontrado carbonizado ao caso do estudante de Direito.
"Me dirigir ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para checar como estão as investigações do caso do Lucas e tive o interesse e a curiosidade de procurar a delegacia que está investigando o caso desse corpo que foi encontrado carbonizado e lá foi me foi passado que não existe nenhum laudo pericial, nenhuma identificação desse corpo ainda, nada que vincule ele ao desaparecimento do Lucas. A defesa está bem tranquila quanto a essa questão desse corpo, até porque ele foi visto desaparecendo no rio, não teria como ele aparecer carbonizado", disse Wytalo Veras.
Parte financeira
O pai Moisés Monteiro Oliveira disse que apesar de trabalhar em Teresina, Lucas recebia apoio financeiro dos pais de São Paulo. “Ele trabalhava em Teresina, mas a parte financeira, o patrimônio do Lucas, eu que ajudava o Lucas na parte financeira. E todo momento o Lucas não precisava nem trabalhar. Tudo o que eu tinha eu trabalhava para o meu filho”, disse.
“Embora longe, distante, nós sempre fomos presentes na vida dele, ele não foi um menino largado, a gente falava com ele de 3 a 4 vezes no dia, fora que a gente ajudava ele na parte financeira também”, completou a mãe.
Pais citam visitas a hospitais
Um outro ponto relatado pelos pais, é que a namorada do estudante teria ido com eles em hospitais de Teresina, na esperança de encontrá-lo com vida. “A gente achou muito estranho que o nosso filho se jogou de uma ponte e, porque a Gabriela foi com a gente em vários hospitais procurá-lo vivo? [...] Ela garantia que o nosso filho estava vivo, só que não falava o local e ela estava cheia de escoriações aqui no braço e na perna. Ela (namorada)”, destaca Ana Monteiro.
O Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), através da Delegacia de Desaparecidos, está acompanhando o caso. As buscas seguem sendo realizadas pelo Corpo de Bombeiros. A namorada já prestou dias atrás, assim como a mãe de Lucas e outras testemunhas, que também foram ouvidas.
“A investigação está em andamento, muito bem avançada e inclusive estamos dependendo agora de outros meios que, veja bem, a gente até lamento que uma das principais pontes ligando a zona Centro a zona Leste de Teresina não tem sistema de monitoramento. Será que isso prejudicou? Prejudicou um pouco. Mas será que a polícia fica atada porque não tinha câmera lá para revelar o que foi que houve? Não”, disse o coordenador do DHPP, delegado Francisco Baretta em entrevista à TV Meio Norte.