A mãe de Francisco Emanoel dos Santos Gomes, mais conhecido como ‘Biel’, acusado de atirar e matar a estudante de medicina Flávia Cristina Wanzeler Sampaio, concedeu entrevista ao Ronda Nacional, da Rede Meio Norte, na manhã desta terça-feira (14). Paula Adriana dos Santos Gomes falou sobre a criação do filho e o motivo pelos qual acredita que ele entrou na criminalidade.
‘Biel tem uma ficha criminal extensa, respondendo por processos em roubo e homicídio. Ele foi preso em maio de 2020 e em novembro de 2021, foi condenado a 8 anos, 10 meses, 20 dias de prisão, em regime semiaberto, ganhando o direito de recorrer em liberdade. Para a mãe, ele não tinha necessidade de viver do crime, visto que foi criado ‘tendo tudo no bom e no melhor’.
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“Depois que minha mãe faleceu que ele ficou assim. Minha mãe que criou ele; criou ele no bom e no melhor, botou ele no colégio, fez tudo. Não tem necessidade de estar fazendo isso. Somos de uma família humilde, mas não somos de estar roubando as coisas alheias para poder sobreviver. Até porque a gente tem o ganha pão. Aí ele ficou assim. Ele ficou assim depois que minha mãe faleceu. Ficou danado. Mais danado ainda”, desabafou Paula Adriana.
Segundo o coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o ‘Baretta’, ‘Biel’ estava no salão de beleza mudando a cor do cabelo, quando foi preso ontem pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí, em Caxias, no Maranhão.
Segundo Baretta, Biel foi o autor do disparo que matou a estudante de medicina Flávia Cristina Wanzeler, de 23 anos, durante um latrocínio na avenida Homero Castelo Branco, na zona Leste de Teresina.
Depoimento do acusado
A Rede Meio Norte trouxe na manhã desta terça-feira (14), em primeira mão, o depoimento de Francisco Emanoel dos Santos Gomes. Para os policiais, no DHPP, ‘Biel’ disse que foi chamado por Ceará e Macapá e que recebeu o valor de R$ 1.000 para participar do crime. Ele contou ainda que não efetuou o disparo e que o Ceará é quem estava com a arma na hora do disparo.
"Eu fui, fui chamado e recebi um valor, entendeu, R$ 1.000, mas eu não dei o tiro, quem me chamou foi eles dois, o Ceará e o Macapá. O Ceará estava com a arma dentro do carro. Quando eu me deparei, ele trancou o carro, aí ele desceu, eu deci atrás dele, aí eu escutei o barulho de um disparo, aí eu voltei para o carro, quando ele entrou foi dizendo que tinha dado um tiro, mas não disse que tinha acertado ninguém", disse o Biel.
O delegado Matheus Zanatta disse que, os detidos ficam jogando a culpa no outro, mas que os indícios apontam que o Biel teria sido o autor do disparo. "Um fica jogando para o outro. O Ceará disse que foi o Biel que fez o disparo, já o Biel joga para o Ceará e o Macapá fala que se quer participou do latrocínio. Pelos elementos de informação que foi colhido, tudo indica que foi o Biel que fez o disparo de arma de fogo. Foi apreendido um revólver calibre 38 com ele, nós vamos fazer o exame de comparação balística para ver se o projétil disparado realmente saiu desse revólver", disse.
Outros presos
Além de Biel, foram presos Denilson Weviton Santos Nicolau, o ‘Ceará’ e Antônio Cleison Barbosa Silva, o ‘Macapá’, os criminosos que estavam no Renault Kwid azul quando abordaram o veículo que estava Flávia Wanzeler e seu namorado na Avenida Homero Castelo Branco, na zona Leste de Teresina, segundo o que apontou a investigação do DHPP.
Denilson Weviton, o ‘Ceará’, tem 21 anos e foi preso no bairro Morada do Sol, na zona Leste de Teresina. De acordo com o delegado Baretta, Ceará, juntamente com Biel, foram os que fizeram a abordagem. “Inclusive o Ceará durante o depoimento disse que questionou o Biel porque ele tinha feito o disparo e ele ficou sorrindo e dizendo que aquilo era apenas um efeito colateral”, disse o delegado.
Antônio Cleison, o ‘Macapá’, tem 30 anos e também acumula passagens pela polícia. Ele é suspeito de furto no estado de Santa Catarina em 2021 e tem processo de furto em andamento no TJPA. ‘Macapá’ foi preso no bairro Morada do Sol, na zona Leste de Teresina. Natural de Ananindeua, no Pará, ele estava solto provisoriamente pela Justiça paraense.