O velório da apresentadora Palmira Nery da Silva Onofre, a Vovó Palmirinha, está sendo realizado nesta segunda-feira (08), em São Paulo, no Cemitério do Morumbi. O Programa da Tarde acompanhou a cerimônia que é aberta ao público até às 17h. Com muita emoção, carinho e amor, muitos familiares, amigos e fãs estão acompanhando de perto este momento tão comovente e memorável.
Com jeito doce e receitas deliciosas, Palmirinha passava o ar de ser a avó que muitos queriam ter: carinhosa e que adora mimar seus netinhos com seus pratos simples e saborosos. Ela era muito amorosa com suas telespectadoras, a quem chamava carinhosamente de "amiguinhas". Palmirinha falaceu neste domingo (07), aos 91 anos. Ela estava internada na Unidade Paulista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz desde o dia 11 de abril.
Vovó Palmirinha, Adriana Rosa, contou ao Programa da Tarde, da Rede Meio Norte, sobre a belíssima trajetória que sua avó trilhou. Segundo ela, Palmirinha teve momentos tristes, veio de muito sofrimento, mas ela nunca deixou transparecer isso para o público. A Vovó Palmirinha sempre transmitia amor, carinho e humildade.
A neta da“Ela teve uma trajetória que começou triste, veio de muito sofrimento, mas ela nunca deixou transparecer isso para a gente. Então como avó, ela era aquilo que vocês viam na TV, por isso todos se apaixonavam por ela. Ela era aquilo, era a avó. Ela teve uma passagem serena e tranquila. Foi muito mais doloroso para nós, óbvio que fica a perda, mas é um sentimento até certo ponto egoísta, porque ela viveu tudo que tinha que viver”, conta Adriana Rosa.
Ela ainda lembra que Palmirinha veio do nada. Uma pessoa que não tinha estudo, com uma infância dolorosa com muitos abusos psicológicos, mas sempre ressurgia das “cinzas” com sua autoestima implacável e comovente.
“Ela morreu com 92 anos, ela veio do pior ao melhor. Teve a possibilidade de escolher o que ia fazer no final. Não tinha estudo, nem alfabetização, teve uma infância sofrida, sofreu um abuso psicológico, e mesmo assim, ela ressurgia cada vez mais das cinzas, ela era uma fênix. E por várias vezes ela era internada, ia e voltava, uma fênix. Então ela voltava naquela energia, e eu olhava e falava misericórdia, eu quero chegar na idade dela com essa energia que ela tem”, completa Adriana Rosa, neta da Vovó Palmirinha.
O empresário e jornalista Anderson Clayton, famoso boneco Guinho, também esteve presente no velório e emocionado, contou que os programas eram recheados por naturalidade e espontaneidade. Ele ainda menciona que era o “netinho chato da vovó”, mas que sempre houve respeito, amor e carinho um para com o outro.
Além de ser companheiro na cozinha do estúdio, Anderson era empresário artístico e assessor de imprensa de Palmirinha.
“São 25 anos de história, de muito respeito, amor e dedicação. A Palmeirinha não era só apresentadora para mim. É um momento de muita dor, mas acredito que ela esteja muito feliz, em paz com todas essas homenagens, todo o carinho que vocês tem com ela. Se ela estivesse aqui, iria falar ‘você pera ai, já tomou um café? pega esse pão de queijo’, ela passaria horas falando, mas estaria preocupada com o câmera, com você, com a gente. Essa memória, essa imagem, o que mais me conforta é saber que essa grande trabalhadora, grande operária da televisão brasileira descansou. A gente não fazia as coisas para viralizar. Tudo acontecia com espontaneidade. Essas imagens que estão na internet elas vão ficar pra sempre na nossa memória, faz parte da cultura”, conta Anderson Clayton.
O apresentador Otávio Mesquita se emocionou no velório de Palmirinha, em São Paulo,ao relembrar os momentos que teve com ela. Um grande admirador da humildade de Palmirinha, ele falou com a imprensa e destacou a emoção de estar com ela, de conversar com Palmirinha.
“Eu fiquei muito emocionado e quando soube hoje de manhã, eu fiz minha oração para ela me deixar ficar aqui o mais tempo possível, me deixar chegar na idade dela com o humor que ela sempre teve. A gente sempre se encontrava, por telefone às vezes, eu ia na Gazeta fazer algumas matérias e me encontrava com ela. Eu quero ter a idade que ela tem, a idade que o Silvio Santos tem, com a cabeça boa, com carinho”, conta.
Otávio Mesquita também afirmou que pediu para as filhas da apresentadora darem algo dela para que ele guardasse de lembrança. O apresentador ainda frisou que Palmirinha é um exemplo de humildade.
“De todas as pessoas que fazem televisão, que eu já entrevistei, que são meus amigos, eu peço um presente. Eu peço isso por que as vezes quando faço aniversário, eu faço oração, agradeço, brinco. É uma coisa que eu tenho, e eu já pedi para ela agora uma coisa que ela tem para deixar em casa, porque no meu aniversário eu vou olhar e vou por na minha frente, isso é muito especial. Uma das coisas mais importantes que ela teve foi a humildade, porque lamentavelmente, muitos artistas que fazem televisão, que são famosos, acham que são pessoas diferentes de todos nós (...) Elas vão me dar um dos crucifixos que ela amava. Eu sou uma pessoa altamente espiritualizada, religiosa. Faço as minhas orações todas as noites e com certeza quando receber esse crucifixo que ela amava vai ficar no meu coração", completa Otávio Mesquita.