Um fato inédito e surpreendente marcou o mundo da pecuária no último final de semana. Um único comprador arrematou toda a bezerrada Carpa. O pecuarista Kiko Quagliato, da Fazenda Favorita, sede do projeto 20@, de Nova Crixás (GO) não perdeu nenhum bezerro da oferta e, nos últimos lotes, lançou para a preferência de dar a chamada “porteira” em 514 animais de uma só vez.
Dividido em duas etapas, o leilão apresentou e vendeu quase 4,5 mil animais no primeiro dia. Uma da mais renomada genética do país, a Carpa ofereceu 3.036 bezerros de corte, esses foram comprados com o “cartão fidelidade” pelo Rei do Gado.
O preço médio para os bezerros de Corte, total de 3.036 cabelas, foi de R$ 3.627,58. Sendo assim, o investimento do Rei do Gado foi, nada menos, que R$ 11 milhões de reais.
Conheça um pouco mais sobre Kiko Ranchi, o Rei do Gado
Não muito longe da fazenda Conforto, também em Nova Crixás (GO), o principal polo econômico da região, está a fazenda Favorita, outra propriedade que pertence à nova geração de pecuaristas da Estrada do Boi. Pertencendo ao Rei do Gado, a família Quagliato vem fazendo história na pecuária de corte com um rebanho com mais de 200 mil cabeças de gado.
A Favorita foi comprada há alguns anos por Francisco Quagliato Filho, o Kiko Ranchi, 45 anos, por ter um confinamento para engordar 25 mil animais por safra. Ranchi é um amante da cultura texana e vai imprimindo seu ritmo nos negócios. “Os americanos são práticos e pensam na rapidez dos processos”, diz. “Isso me atrai muito.”
Por isso, nem pense em encontrá- lo a bordo de uma camionete ou no lombo de um cavalo. Para vistoriar o pasto e a boiada, ele prefere um bom quadriciclo. E já fez escola: na fazenda Favorita até o gerente do gado já aposentou o cavalo.
Ranchi é neto de Orlando Quagliato, agricultor que na década de 1950 fundou a usina São Luiz em Ourinhos, no interior paulista, para produzir açúcar e etanol, e na década de 1970 começou a criar gado no Pará, numa época em que ter um rebanho de 20 mil cabeças era negócio privativo de milionário.
Hoje, o grupo possui mais de 200 mil animais no Pará. Ranchi foi para a Estrada do Boi em 1997 para tomar conta de uma fazenda que era de seu pai desde 1969. Hoje, dono de cinco fazendas, ele arrenda outras 13 na região e tem um rebanho de 30 mil animais.
Segundo ele, o Vale do Rio Araguaia não é para principiantes. “A seca na região é tão crítica que quem vem aqui em setembro nunca mais volta”, diz. “O capim amarela, fica retorcido e vira palha. Não se vê um único galho verde na paisagem.” Ranchi diz que o confinamento da fazenda Favorita vai servir para minimizar os transtornos provocados pela falta de comida no inverno.
Fonte: Compre Rural