O aquecimento das águas do Atlântico e a continuidade das águas frias no Pacífico (La Niña) modificaram o panorama climático da safra de verão, explica João Castro, agrometeorologista da Climatempo/Agroclima.
" Se antes havia o temor de corte nas chuvas para o sul e sudeste do País, agora os modelos mostram exatamente o contrário. Teremos muita chuva sobre o sul do País e chuvas abaixo da média do Brasil Central para cima. Chamamos a atenção principalmente do Matopiba, que vai vivenciar periodos de estiagens cada vez mais frequentes pelo menos até março".
Os modelos rodados pelo NOAA (serviço meteorológico dos Estados Unidos), mais os estudos da equipe de meteorologistas da Climatempo confirmam a mudança surpreendente nas previsões, provocada principalmente pelo aquecimento das águas do Atlantico Sul.
"Nas simulações vemos que a massa de água quente é enorme na costa do Rio Grande do Sul, isso provoca a formação de muita umidade para a região. Também com a ajuda da umidade que vem da Amazonia - que, na verdade, são frentes umidas que entram pelo Atlantico Norte e rebatem na Cordilheira dos Andes, está sendo formado um corredor de umidade que permanecerá praticamente por todo o verão no centro sul do Brasil." diz João Castro.
No entanto, o agrometeorologista considera impactante também o corte das chuvas para o Norte/Nordeste e Centro-Oeste do País. "Não é que não haverá chuvas para essas regiões, mas elas diminuirão de intensidade. De agora em diante as frentes vão encontrar resistencia para subir até o Matopiba; em compensação, teremos muitas chuvaradas no sul do País".
Fonte: Notícias Agrícolas