Na manhã desta sexta-feira, 25 de setembro, o programa Notícias da Boa, apresentado por Cinthia Lages, conversou com o professor Jurandir Soares, presidente do Sindicato dos Professores e Auxiliares da Administração Escolar do Estado do Piauí, que afirmou que a categoria está bastante preocupada com o retorno e que entraram com uma liminar pedindo a testagem dos profissionais.
“É um sentimento muito preocupante tanto é que é um dos últimos segmentos que está sendo liberado. A gente tem muitas dúvidas na nossa categoria, fizemos uma Assembleia no dia 23 e foi decidido que entraríamos com uma liminar garantindo que não é a questão do professor não querer voltar, aliás, nós nunca paramos de trabalhar, mas esse retorno nos preocupa porque em nenhum momento esse decreto fala da testagem dos professores, auxiliares, a comunidade estudantil como um todo”, afirmou.
Jurandir afirmou ainda que o decreto deixa perguntas e não é claro em relação à fiscalização. “Do jeito que está me parece que os alunos do terceiro ano estão imunes ao contágio e um dado importante é que nesse segmento de terceiro ano e pré-vestibular nós temos em média 296 escolas em Teresina, a metade trabalha com terceiro ano e pré, é um número muito grande. No momento em que liberam o terceiro ano começa a circulação, e os professores do terceiro ano são professores que trabalham e circulam em varias instituições, então nós que somos os vetores. Quem vai fiscalizar? Que nós tenhamos pelo menos uma testagem desses profissionais para que eles possam ter o mínimo de segurança”, pediu.
O presidente do sindicato destacou ainda que tem escolas que estão preparadas para a volta, mas outras não e que a circulação de professores pode deixar todas no mesmo barco. “Tem escolas que já vão fazer testagem por conta própria, é um ônus muito grande e nem todas as escolas estão preparadas até mesmo financeiramente para arcar com isso. O governo tem que garantir essa testagem para os colégios que não podem fazer. Vale destacar que um colégio pode estar preparado, só que o professor não é exclusivo dele, ele acaba circulando em outro colégio que não está preparado e acaba disseminando a doença, então é muito preocupante. Nossa categoria está aflita, queremos voltar com segurança, estamos entrando com uma liminar para tentar garantir essa testagem desses profissionais, são profissionais com faixa etária elevada, com algumas comorbidades, se der um surto quem vai assumir a culpa desse retorno?”, indagou.
“Vale destacar que nós protocolamos um oficio mês passado para participar desses debates de retorno junto com o governo e até o momento não obtivemos resposta. Foram tomadas decisões sem consultar as partes envolvidas no processo que são os professores e as escolas, a gente precisava ser ouvido”, disse.