Por Francy Teixeira
Na edição do MN 40º desta segunda-feira, 27 de julho, o jornalista Luiz Fortes entrevistou Marinete da Silva, mãe da ex-vereadora Marielle Franco assassinada em março de 2018 no Rio de Janeiro. Na entrevista, ela relatou a dor de ter perdido a filha e o símbolo de resistência que a ativista se tornou em todo o país. Marielle faria 41 anos hoje.
“Meu coração hoje não tinha como estar diferente, é uma dor muito grande, mas é uma resistência. Não tem como entender esse plano que nos vivemos, talvez quando chegar na eternidade pode ser que a gente entenda melhor, porque criar a Marielle e perder com a brutalidade que foi. É uma família que é mutilada”, disse.
Marinete da Silva ainda destacou que o crime não foi completamente elucidado e continuará lutando para que seja descoberto o mandante e a motivação para a execução da então vereadora. “Com certeza, é um processo muito dramático, que deixa muitos questionamentos, perguntas, falta muita coisa ainda, pois o mandante é tão criminoso quanto quem praticou o crime, é um processo muito grande, é muito complicado não saber quem e porque mandou cometer esse crime”, disse.
Mãe de Marielle Franco relata a dor da perda: "É uma família mutilada"
A mãe de Marielle Franco descreveu a filha como uma mulher feliz, que amava a vida e lutava contra a desigualdade social. Quinta mais votada do Rio de Janeiro na legislatura de 2016, ela se destacava na Câmara dos Vereadores por seus posicionamentos firmes. “Marielle era uma mulher feliz, que infelizmente teve sua vida ceifada, era uma ativista, uma mulher que gostava da vida, uma filha alegre, competente, infelizmente o destino nos fez perder ela. Minha filha era exatamente isso, o aniversário dela foi comemorado na Pedra do Sal, todo ano se fazia uma coisa. Infelizmente a vida da minha filha foi interrompida, mas não vamos deixar de levar a memória dela, Marielle é vida”, afirmou.
Ela sinalizou o orgulho de ser a mãe de Marielle Franco. “Tenho muito orgulho da mulher que eu botei no mundo e hoje é um símbolo de resistência”, afirmou.
Questionada por Luiz Fortes se ela tinha alguma ideia do que pode ter motivado o crime, Marinete da Silva indicou que não sabe até que ponto a filha incomodou na política. “Eu não sei até que ponto minha filha incomodou dentro da política, dentro do segmento, ela foi eleita como a quinta do Estado e segunda do partido e chega ali com enfrentamento, não sabemos quem, mas sabemos que era alguém que tinha uma influência muito grande”, concluiu.