Enfermeiros fazem manifestação e podem deflagrar greve em Teresina

Sindicato prevê greve por tempo indeterminado, caso não haja acordo com a FMS, que nega redução de salários de profissionais.

Na manhã desta terça-feira, 02 de março, profissionais de saúde realizaram uma manifestação na frente da Prefeitura Municipal de Teresina, questionando as reduções que foram feitas no contracheque em relação aos vencimentos desse mês

De acordo com Erick Riccely, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Piauí (Senatepi), a categoria está apenas lutando pelos seus direitos, já que estão na linha de frente da Covid-19.

“Aqui não é por aumento, nem por reajuste salarial, é por corte de salários, imagina você trabalhar o mês inteiro na saúde, cuidando de vidas, colocando a sua vida em risco e no final do mês você ver o seu contracheque com R$ 547, é isso que está acontecendo. Então a nossa preocupação aqui é que essa paralisação não aconteça, o Sindicato quer negociar, o Sindicato quer conversar com o gestor, quer sentar com o vice-prefeito, com o prefeito, com o presidente da FMS e resolver esse impasse. A paralisação é um remédio que as vezes a gente tem que utilizar porque a única força que o trabalhador tem é a sua força de trabalho, mas hoje eles estão enfraquecidos, porque não conseguem sequer comprar alimentos. Imagina no momento de pandemia receber R$ 547 depois de ter cuidado de milhares de pacientes, ter trabalhado o mês inteiro, pegar ônibus cedo e nem o ônibus nesse momento ter”, declarou.

Segundo Riccely, ontem a categoria se reuniu com o presidente da Fundação Municipal de Saúde que afirmou que não vai haver negociação. “A preocupação hoje é do Ministério Publico que se sensibilizou com a causa, se preocupou com a situação e como fiscal da lei da ordem já marcou uma audiência para hoje. Temos uma reunião com o presidente da Câmara de Vereadores, todo mundo quer solucionar, mas ontem tivemos uma reunião com o presidente da Fundação e a resposta que ouvimos foi: ‘Não tem como negociar’ e aí fica difícil. Salário é alimento. Aqui nós temos além da enfermagem, medicina, odontologia, fisioterapeutas, profissionais de laboratórios, diversos sindicatos reunidos, só queremos que a gestão dialogue, não podemos deixar de reivindicar por melhores condições”, disse.

FMS nega redução de salários de profissionais

Em nota, a Fundação Municipal de Saúde negou a informação de que houve uma redução real de salários dos profissionais que trabalham na área da saúde de Teresina, afirmando que se trata apenas do fim do acréscimo temporário, finalizado no dia 31 de dezembro de 2020.

"Os salários, insalubridade e plantão estão sendo pagos rigorosamente em dia. O que houve foi o fim do acréscimo temporário de 20% no valor da insalubridade que foi autorizado pelo Governo Federal, através do Ministério da Saúde, com aporte de recursos específico para essa finalidade", informou em nota. 

"No caso de segundo turno, também está sendo pago para os servidores cujos setores comprovem a necessidade. A FMS informa ainda que todas as medidas foram discutidas com as diretorias e informadas ao sindicato da categoria", finaliza.

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