Quando o tesão vira doença

Quando o tesão vira doença

Tarados, pervertidos, ninfoman?acos, depravados. R?tulos como esses s?o comumente usados para definir pessoas que apresentam algum tipo de patologia do sexo. Mais conhecida como compuls?o sexual, esse transtorno atinge homens e mulheres, sem distin??o de idade.

Caracterizada pela necessidade de fantasiar a todo momento sobre sexo, a compuls?o sexual, ou desejo sexual hiperativo, acaba resultando em uma inquietude da pessoa. "Isso a impede de fazer outras coisas importantes da vida. Tarefas cotidianas como trabalho, estudo e vida familiar acabam ficando comprometidas, pois ela deixa de realiz?-las para fantasiar ou mesmo para vivenciar esses desejos", conta Maria Cl?udia Lordello, psic?loga e sex?loga do Projeto Ambsex.

"O comportamento sexual compulsivo ? uma forma patol?gica que atrapalha os relacionamentos interpessoais, sociais e a pessoa individualmente", explica o psicoterapeuta do Instituto Paulista de Sexualidade Oswaldo M. Rodrigues Jr. Esse comportamento sexual compulsivo ? aprendido ao longo da vida, associando a atividade sexual como caminho para diminuir ansiedades e preocupa?es. "Frente a uma condi??o que produz ansiedade, o uso da atividade sexual alivia tens?es", completa o psicoterapeuta.

Segundo o psicoterapeuta Aderbal Vieira J?nior, do Programa de Orienta??o e Atendimento a Dependentes, da Unifesp, essa depend?ncia sexual pode significar uma perda de liberdade para a pessoa. "O dependente sente que n?o est? no controle. A atividade sexual pode n?o ser no momento em que ele gostaria ou at? mesmo com uma parceira que ele n?o queria", comenta.

A quantidade de atos ou fantasias sexuais n?o ?, ent?o, fator determinante para se delimitar a normalidade da express?o sexual. "O que pode ser considerado normal ? aquele que est? muito mais ligado ? viv?ncia da sexualidade de forma plena e prazerosa, sem experimentar conflitos e ang?stias emocionais", complementa Maria Cl?udia.

Casos famosos de Compuls?o Sexual

As dificuldades para uma pessoa com depend?ncia de sexo podem se tornar invi?veis para uma vida tranq?ila em fam?lia. ? o caso de personalidades famosas, como o ator norte-americano Michael Douglas que tornou p?blica sua compuls?o sexual. Antes do casamento, o ator teria assinado com a mulher Catherine Zeta-Jones um contrato no qual ficava estabelecido um n?mero limite de rela?es sexuais para o casal.

Outro caso conhecido ? o do cantor brasileiro Latino. Ap?s seu ?ltimo casamento, ele assumiu, em entrevista, ter procurado ajuda profissional para tratar sua compuls?o sexual.

Tratamentos

Reconhecer a necessidade de ajuda para aprender a controlar a ansiedade, em vez de extravas?-la na cama ? o primeiro passo que um dependente sexual deve tomar em busca de tratamento. "A terapia ? fundamental para uma pesquisa mais profunda da vida do paciente em busca das ra?zes do problema", explica Maria Cl?udia. A psic?loga lembra ainda que grupos de ajuda nos moldes das associa?es que ajudam dependentes de drogas e alco?latras podem significar outra sa?da para os dependentes. "Na troca de experi?ncias, essas pessoas aprendem mais sobre a depend?ncia e como lidar com ela".

No entanto, existem ainda alguns medicamentos que podem auxiliar no tratamento psicoter?pico. "Os medicamentos que s?o propostos inibem o desejo sexual, mas eles s?o interrompidos assim que o sujeito percebe que a fonte de prazer cessou", comenta Oswaldo Rodrigues. Ainda de acordo com o profissional, a psicoterapia deve ser feita, em m?dia, com sess?es duas vezes por semana, em um per?odo que pode durar alguns anos. "O resultado ser? definitivo se o tratamento seguir at? o final, sem interrup??o", finaliza.

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