Beba água no Carnaval

Beba água no Carnaval

A maratona para acompanhar o ritmo festivo do mês de fevereiro pode levar à desidratação. Com a mudança nos hábitos alimentares, poucas horas dedicadas ao sono e ingestão insuficiente de água, o organismo fica enfraquecido e a perda de líquido pela sudorese aumenta, alertam os médicos. Segundo o chefe do setor de emergência do Hospital Badim no Rio, Leonardo Assad, nessa época aumentam em até 30% os casos nas emergências e os principais afetados são crianças. "Elas têm um corpo menor e um volume de água pequeno comparado aos adultos. Na falta do líquido, elas têm o organismo mais danificado".

A água é um componente essencial para os tecidos do organismo e processos fisiológicos de digestão, como absorção e excreção. Ela compreende cerca de 60% do peso corporal nos seres humanos. Segundo a nutricionista da Casa de Saúde São José, Ana Cristina Damasceno, a perda de 20% de água corpórea pode causar a morte. "Com a perda de 1% sentimos sede. No caso de diarréia, vômitos, sudorese, sangramentos, queimaduras e em algumas doenças como Diabetes Insipidus e Insuficiência Renal, a perda é maior", explica.

Desgaste equivale a corrida

De acordo com o chefe do serviço de emergência do Hospital São Lucas, Arthur Martinez, a disposição física necessária para curtir os blocos de rua no Carnaval é o mesmo que correr 30 minutos diários, ocasionando em uma necessidade de reposição de água maior no organismo. "Depois de uma corrida, por exemplo, o organismo fica em déficit de água, porque muita dessa substância é perdida no suor e na respiração ofegante. Depois de ingerir bebidas alcoólicas, também é comum que o corpo perca água, pois o álcool atua em uma região do cérebro que facilita a fabricação de urina. Associando o calor, a pouca ingestão de líquidos, os alimentos conservados inadequadamente e manipulados de forma incorreta, a desidratação ocorre na certa", ressalta Martinez.

No palco do grupo de carnaval Mulheres de Chico, a água mineral é estabelecida até mesmo por contrato. "Se não tiver água mineral nem subimos para cantar. A coisa é séria mesmo, já temos de estar sempre hidratadas para cantar e tocar. Além disso, as apresentações aumentam nessa época", conta Teca Macedo.

Sintoma começa com boca seca

A desidratação já afetou a diretora musical do grupo, Flávia Costa, que nos primeiros anos tocando no Carnaval passou mal por causa do calor e pouca ingestão de água. "No primeiro ano tocando com o Monobloco, eu cheguei a desmaiar depois de tocar por mais de quatro horas. Tive uma queda de pressão e estava desidratada. Aprendi a lição: água é a melhor amiga do bom folião."

Os sintomas da desidratação branda começam com a boca seca, diarréia, pele bem áspera e olhar profundo. Nos casos mais graves pode ocorrer diarréia, febre e dor de cabeça. Nessa situação, o chefe da emergência do Hospital Samaritano no Rio, Luis Fernando Correa, indica a procura de um pronto-socorro. "O ideal é hidratar com soro caseiro a cada 20 minutos e após cada evacuação", diz.

Mas para evitar a desidratação nesta época, a nutricionista Gisele Cirilo afirma que é necessária a ingestão de dois litros de água diários. "É bom aumentar o consumo de frutas e legumes ricos em líquidos, como melancia, melão, laranja, kiwi, abacaxi, maçã e vegetais como couve, alface, brócolis e repolho", sugere.

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