Na noite desta quarta-feira (23), um travesti deu um depoimento para a equipe de reportagem, relatando como está se sentindo após a violência que eles estão sofrendo e também que existe a suspeita que quem pratica todos esses atos é um grupo de extermínio que procuram as pessoa que ganham a vida dessa forma para matar.
"As vezes fico com medo, com receio de sair a noite e de dia também, só que nós travestis temos que nos conformar, porque o primeiro preconceito veio dos negros e nunca acabou, o nosso é o segundo e não vai acabar nunca. A gente pede mais proteção, só queríamos viver em um mundo liberal que possamos fazer que quisesse sem se importar com ninguém. Conhecia muito a travesti que foi assassinada no Parque Industrial, quando eu comecei a me vestir de mulher ela era normal e estudava no Liceu, depois ela começou a gostar e foi se formando, nós éramos amigas.
A gente acaba se acostumando com esse sofrimento, quando uma sai a outra já olha e anota a placa do carro, nós somos muito unidas, não vamos pra muito longe e sempre ficamos atentas. Já fui agredida uma vez que o rapaz saiu me arrastando no carro dele, como também já peguei vários clientes drogados, querem pagar a gente com drogas. Nós só queremos mais proteção", afirmou ela.