O curso de construção civil beneficia 50 internos da Penitenciária Major Cesar e é resultado de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Justiça e a Secretaria Estadual do Trabalho e Empreendedorismo. No total, são 22 dias de aulas teóricas e práticas e ao final os alunos serão certificados. A capacitação faz parte do programa Qualifica Piauí que vem levando profissionalizações aos piauienses em caminhões itinerantes.
Pela primeira vez o projeto chega as unidades prisionais. Para os internos, essa é uma oportunidade de ter uma profissão e consequentemente um novo recomeço para quando saírem do sistema prisional. “Esse curso é uma oportunidade que o governo está dando, é uma chance para voltarmos para a sociedade, trabalhar dignamente, ganhar um dinheiro honesto, infelizmente nós erramos, tivemos um deslize no passado, mas estamos tendo essa oportunidade de fazer esse curso e eu pretendo sair daqui qualificado, com fé em Deus eu vou dar uma vida melhor para minha esposa e minhas filhas”, declarou Vandemar, de 38 anos.
A colônia agrícola Major Cesar é uma unidade de regime semi aberto portanto alguns dos internos pode sair durante o dia para trabalhar ou estudar e retornar a noite. Segundo o coordenador de disciplina e segurança Jean Carlos, com o aprendizado, os internos já garantem um futuro bem melhor. “A gente trabalha aqui no chamado trabalho externo, a gente faz uma seleção entre os internos, eles são contratados por uma empresa lá fora, passam o dia trabalhando e a noite eles retornam para a unidade, pela manhã vão novamente. No final da pena, dependendo da empresa eles terminam contratando e assinando a carteira dos internos é mais um meio de ressocialização”, disse.
Os internos que hoje participam do curso de construção civil já praticam em melhorias na própria estrutura da penitenciária. “Está feito a obra, temos partes que já foram concluídas, é um orgulho para gente esse trabalho que estamos fazendo”, disse um detendo.
O diretor de humanização da secretaria de justiça do Piauí, Francisco Antônio, explica que além do curso ajudar na ociosidade dos internos, também garante um futuro digno para cada um. “Nós estamos apostando na educação e no trabalho. Nós temos hoje 3.800 pessoas no sistema, o custo médio por pessoa está em torno de 2 mil reais por mês, nós estamos trabalhando para tirar da ociosidade porque é uma constatação que todos hoje tem essa pretensão e segundo garantir que eles ao sair tenham uma renda, uma pretensão”, afirmou.