O trágico acidente que ceifou a vida de seis primos no sul do Piauí na madrugada do domingo demorou a receber os procedimentos dos agentes Polícia Rodoviária Federal. Isso porque a região do acidente, na BR 135, nas proximidades de Gilbués (o trecho fica a 837 km de Teresina), carece de postos da PRF - o posto mais próximo fica na cidade de Floriano, a aproximadamente 600 km do local.
O inspetor Raimundo Rameiro (PRF-PI) falou, em entrevista ao programa Bom Dia Meio Norte desta segunda feira, que este é mais um fato que evidencia a necessidade de mais postos da corporação na região sul. "Pela falta de um policiamento mais ostensivo no local, fiquei sabendo do ocorrido através da imprensa", resumiu Rameiro.
Ainda de acordo com o inspetor, está em andamento um trabalho de remanejamento de postos para que, em breve, a região possa ganhar bases da PRF. Além disso, o déficit de agentes também prejudica os trabalhos da Polícia Rodoviária Federal do Piauí.
"Atualmente temos 237 policiais rodoviários federais no estado, e precisamos de, no mínimo, 300, para fazer um trabalho mais efetivo. No entanto, vale lembrar que em abril foi liberada a realização de um concurso para mais mil agentes, o que deverá nos ajudar bastante quanto a essa carência. Esperamos que, com esses agentes, consigamos também abrir postos nas localidades que hoje não dispõem deles", complementou Rameiro.
No acidente, que ocorreu por volta das 5h, morreram os jovens Ícaro Soares Figueiredo, Felipe Barreira Soares, Jean Neto Barreira, Rodrigo Barreira Duarte, Tagory Barreira e Didácio Júnior Barreira Reis. Eles tinham idade entre 17 e 23 anos, eram da cidade de Barreiras do Piauí e voltavam de uma festividade na cidade de Gilbués. Os jovens estavam em uma caminhonete e colidiram com um caminhão.
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Fechamento de circo em povoado de Monsenhor Gil
Durante a entrevista, o inspetor Rameiro falou ainda sobre o caso do fechamento, por agentes da PRF, de um circo às margens da BR 316, no povoado Baixa Grande, município de Monsenhor Gil. Os policiais constataram que pelo menos seis crianças trabalhavam no local, dançando.
"Eram danças de apelo erótico. Recebemos denúncias de populares e fomos averiguar a ocorrência na sexta feira à noite. Conforme determina o estatuto da criança e do adolescente, encaminhamos o caso ao Conselho Tutelar da cidade. Como o conselho não tem estrutura suficiente, as crianças acabaram ficando com os próprios pais. No entanto, independentemente deste fato, interditamos o circo porque ele estava localizado na faixa de domínio da BR 316, o que é proibido", disse o inspetor. Agora, o caso será encaminhado pelo conselho tutelar de Monsenhor Gil às autoridades.