Na noite desta quarta-feira (11/03), dois menores de 13 e 14 anos foram vistos pela polícia em uma construção abandonada nos cruzamentos da avenida Jóquei Clube com Nossa Senhora de Fátima. Em conversa com a equipe de reportagem e a polícia foi descoberto que eles fugiram de um abrigo.
O menor de 14 anos declarou que é de Parnaíba e que morava na rua da cidade. “Eu andava na rua lá, e a polícia de lá me pegou e me trouxe para cá, eu conversei com um juiz e ele me levou para um abrigo. Eu fiquei lá cinco anos, nesse tempo eu conheci o meu colega. Eu sai de casa com 9 anos de idade, morava só com a minha avó, depois que ela morreu eu fiquei sozinho, não cheguei a conhecer meus pais, ela contava para mim que meu pai batia na minha mães quando ela estava grávida de mim porque ele tem problema com álcool. Ai ela ficou gravida de mim e me deu para minha avó. Para dormir qualquer lugar escuro que a gente vê a gente dorme. O dinheiro que a gente ganha no sinal a gente fuma cigarro, nunca usei drogas. Meu sonho é ser policial, ou advogado, só estudei até a 4º série”, disse.
O outro menor de 13 anos afirma que saiu de casa por não aguentar apanhar do padrasto. “Eu morava com minha mãe, meus irmãos e meu padrasto na cidade de Santa Luz. Lá em casa quando o meu padrasto chegava bêbado queria bater na minha mãe e em mim. Quando eu crescer eu queria ser um policial, advogado um juiz, ajudar os pobres, se eu puder. Já me ofereceram drogas, as vezes eles tomam o meu dinheiro para poder fumar drogas”, declarou.
“Nós íamos passando na avenida e notamos eles subindo na construção para pegar algo, paramos até para saber se não era produto de roubo. Agora vamos encaminhar para um abrigo, porque se ficar na rua é um motivo para eles se tornarem marginais”, disse o cabo Antônio Lima, comandante do trio Motorone.
Após conversa, a polícia encaminhou os menores para o abrigo masculino, mas ao chegar no local, alegaram que os menores tem que ser acompanhado por alguém do Conselho Tutelar. “Nós pedimos a presença do Conselho Tutelar, porque tem que ter um encaminhamento, e assim nós damos uma ordem de entrada”, afirmou Matias, educador do local.