O caso do jovem Zacarias Gondim Luis, de 20 anos, praticante de skate e natural de Teresina diagnosticado com leucemia mieloide aguda, um tipo de câncer no sangue, chamou atenção de toda a mídia na última sexta-feira (20). O fato é que Zacarias não estava doente, e fraudou um laudo médico chegando a arrecadar cerca de R$ 23 mil reais. No sábado, o jovem foi levado para a delegacia geral para prestar depoimento, após ser internado no Hospital de Urgência de Teresina.
O delegado responsável pelo caso, Carlos André, falou em entrevista o que o acusado relatou em depoimento, e os procedimentos que serão tomados a partir de agora. Segundo ele, o destino do dinheiro ficará a cargo do judiciário.
“Em uma conta do Banco do Brasil ele disse que arrecadou R$ 23 mil reais, desses 23 mil ele sacou R$ 5 mil, mas nós conseguimos apreender R$ 4.950, fora os mil reais que ele recebeu em mãos, as pessoas iam na casa dele entregar o dinheiro, e esses mil reais ele gastou todo. Ele pode ate estar doente mais ainda não foi diagnosticado com nenhuma doença, o que é certo é que ele não tem leucemia. Vimos também que ele deixou outra conta disponível para doações, o que ele alega ser de duas moças. Segundo ele, essas pessoas aproveitaram e não repassaram a doação para ele, ninguém sabe quanto é ou se é verdade essa alegação dele, nós nos dirigimos na casa dele e não encontramos, em seguida foi encontrado no HUT, ele foi qualificado e interrogado e foi liberado porque não havia flagrante”. relatou o delegado.
“Nós solicitamos as pessoas que se sentiram lesadas que venham na Delegacia Geral de preferência com o comprovante do depósito. Todo o dinheiro apreendido será apresentado em juízo, até porque nós não sabemos quantas vitimas tem, quanto dinheiro tem, e vão ter que pegar no judiciário. O destino do dinheiro também será do judiciário, tudo vai ser depositado em uma conta e o judiciário decide”, disse.
Sobre o depoimento dele, o delegado relatou que ele assumiu todo o ato. “Ele também vai ser indiciado por falsificação de documento público, ele disse tudo, que entrou no google, viu alguns modelos de laudo médico, copiou símbolos do Hemopi e do SUS, colou no word, colocou o nome da médica que o atendeu no Hemopi, colocou um CRM falso, assinou e em seguida colocou na internet. Tudo iniciou-se na sexta-feira quando essa médica noticiou o crime para o Delegado Geral que teve a sua assinatura falsificada. O único que acompanhava ele durante todo o momento foi o irmão, e o irmão acredita que ele está sim doente, agora ele alega o seguinte que os amigos foi os que divulgaram mais, as quantias começaram a cair na conta dele ele se sentiu pressionado e decidiu falsificar o laudo, fez o vídeo divulgou no WhatsApp e os amigos divulgaram. Pode ser condenado pelo estelionato e a pena é de 1 a 5 anos, aí vai ficar a cargo do judiciário”, finalizou.