A Polícia Militar do Piauí, através do GDO (Departamento Geral de Operações), deflagrou, no início da manhã desta terça-feira (21), a Operação Invasão, em área próxima da BR-316, região do Teresina Sul, zona sul de capital. Cerca de 500 homens de várias forças de segurança estão em campo.
A operação é comandada pelo coronel Galvão e busca a reintegração de posse de uma área invadida. Em entrevista ao repórter Kilson Dione, o coronel informou que existem de 800 a 1.000 barracas no local. A ação é para cumprir uma ordem judicial.
"Nós estimamos no nosso planejamento que existem em torno de 800 a 1.000 barracas e estamos percebendo que muitas barracas estão só montadas e não tem ocupação e trouxemos o máximo de estrutura possível para garantir que os ocupantes retirem seus materiais e saiam tranquilamente, é por isso que a Polícia Militar está aqui, para fazer cumprir uma ordem judicial."
O coronel Galvão disse ainda que está sendo feito o acompanhamento junto aos oficiais de justiça e que a maioria dos ocupantes estão entendendo a situação e retirando seus materiais do terreno
"As nossas equipes acompanha os oficiais de justiça que mostram para eles que existe uma propriedade aqui e que a justiça determinou que eles desocupem o local, a grande maioria está entendendo isso e já estão retirando os materiais, daremos o tempo necessário para essa retirada e a paz seja reestabelecida".
O coronel também falou sobre as facções criminosas que tem atuado na região do Teresina Sul, onde recentemente ocorreu um homicídio dentro da ocupação e que estaria ligado às facções criminosas.
Foi também relatado sobre um crime que ocorreu na ocupação onde uma pessoa foi morta e o crime estaria ligado às facções criminosas.
"Realmente houve um homicídio aqui, dentro da ocupação, e está sendo feito o trabalho de investigação pela Polícia Civil, mas é como a gente tem dito, a inteligência tem trabalhado e qualquer elemento que esteja aqui, que não seja um ocupante, ou que pertença à organização criminosa, logo ele será detido e conduzido à Central de Flagrantes".
Durante a operação, alguns ocupantes começaram preferir palavras de ordem, como "Queremos moradia", mas não foi registrado confronto com os policiais. A operação conta com a participação da Strans, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, entre outras forças de segurança.
Uma das pessoas que participam da ocupação, identificada como Maria, conversou com o repórter Kilson Dione e disse que ninguém está fazendo nada obrigado e todos estão lutando pelo mesmo objetivo e que estão em um campo de guerra.
"Aqui é um grupo só, todos estão lutando pelos mesmo objetivos. Aqui é um campo de guerra, a gente está lutando pelo que é nosso e tem pessoas interferindo para que a gente não possa ficar aqui. Até 10 anos atrás isso aqui não era nada, só tinha corpos, moto roubada, e o que a gente fala para todos é, continuem. Aqui ninguém está obrigado. E a orientação é, eles vão entrar e a gente vai ficar na nossa, eles vão derrubar e a gente vai levantar", disse Maria.
NOTA DA POLÍCIA MILITAR SOBRE REINTEGRAÇÃO DE POSSE
A Polícia Militar do Estado do Piauí informa que deu apoio ao cumprimento a 5 ordens judiciais para a realização de reintegração de posse em uma área de 32 hectares localizada na região sul da capital.
A PM-PI através do gerenciamento de crises e direitos humanos tentou, por diversas vezes, fazer a desocupação voluntária, inclusive com reuniões com representantes dos ocupantes.
Durante a operação de reintegração foram feitas algumas conduções ao distrito policial. O Comando da Operação foi realizado pelo Departamento Geral de Operações (DGO), com apoio das tropas especializadas e da Coordenadoria de Mediação de Conflitos da PMPI.
Teresina, 21 de março de 2023.
José Avelá Pereira Costa - Cel PM - Diretor de Comunicação Social da PMPI