O general da Força Aérea dos Estados Unidos que supervisiona o espaço aéreo norte-americano disse no último domingo (12), após uma série de abates de objetos não identificados, que não descartaria alienígenas ou qualquer outra explicação.
Questionado se ele havia descartado uma origem extraterrestre para três objetos aéreos abatidos por aviões de guerra dos EUA em poucos dias, o general Glen VanHerck disse: "Vou deixar a comunidade de inteligência e a comunidade de contra-espionagem descobrir isso. Eu não descartei a possibilidade de qualquer coisa”.
A Casa Branca, no entanto, anunciou na segunda-feira (13) que não há indicação de alienígenas ou atividade extraterrestre. "Eu sei que houve perguntas e preocupações sobre isso, mas não há, novamente, nenhuma indicação de alienígenas ou atividade extraterrestre com essas recentes quedas", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre.
Sobre essas declarações, o escritor e ufologista Juliano Pozati disse, em entrevista para o Bom Dia MN, que os Estados Unidos estão reforçando uma política de medo e insegurança que busca justificar a necessidade de apoio e valorização do investimento nas forças de proteção do espaço aéreo.
“Um objeto voador não identificado (OVNI) envolve um leque de possibilidades, ou seja, qualquer coisa que voa e que a gente não sabe o que é. No caso, a ufologia acabou utilizando muito disso porque começaram a perceber que muitos desses objetos tinham tecnologia, velocidade, realizavam manobras e coisas na nossa atmosfera que nós não tínhamos a menor possibilidade de reproduzir com a tecnologia terrestre. Logo, o objeto voador não identificado ficou bastante associado a veículos que são de fora do planeta Terra. Você tem toda uma pesquisa em torno disso. Agora, o que nós estamos vendo nos últimos quatro dias é uma verdadeira confusão semântica, na minha opinião, porque os Estados Unidos não querem dizer exatamente o que é, mas aquela ‘neurose’ coletiva do exército americano saiu derrubando uma série de objetos, alguns identificados como balões meteorológicos, outros não”, comentou.
Confira a entrevista:
Segundo Juliano Pozati, o termo é utilizado para que não seja instaurada uma tensão internacional desnecessária.“Estamos falando de fenômenos diferentes que têm em comum uma coisa no orçamento de defesa dos EUA, que hoje está na casa de $ 858 bilhões de dólares para 2023. Quer dizer, o país que aprova um orçamento de quase um trilhão de dólares em defesa precisa mostrar serviço, é basicamente o que estamos vendo”, ressaltou.
O ufologista ressalta que, por décadas, o governo norte-americano estimula e cria uma espécie de política do medo, que é amplamente difundida pelo cinema. “Quando o tema envolve alienígenas, é porrada, pancadaria, invasão, pessoas sendo abduzidas e cidades sendo destruídas. No imaginário coletivo, isso cria o medo. O medo é uma ferramenta de manipulação de massa. O que eles estão fazendo nesse momento com toda essa confusão é continuar sustentando essa política de medo, de ‘nada pode entrar no nosso espaço’. Quando eu tenho medo e insegurança, eu pago pela segurança“, falou.