A Secretaria Estadual de Saúde do Piauí e o Ministério da Saúde confirmaram o primeiro caso da febre do Nilo no Brasil, vindo do Estado do Piauí. A vítima é um agricultor do município de Aroeira do Itaim (374 km de Teresina), que apresentava febre, náuseas, dor de cabeça e perda dos movimentos do corpo. (Saiba mais)
O homem foi trazido para atendimento no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, em Teresina, onde foi tratado e já conseguiu recuperar os movimentos, mas seu caso ainda está sendo analisado por pesquisadores e médicos.
Doutor Marcelo Vieira, neurologista e quem identificou o caso, relatou em entrevista os problemas ocorridos durante a doença. “'Na realidade esse paciente foi diagnosticado porque ele entrou em um protocolo de estudos que foi implantado pela Fundação Municipal de Saúde a pouco mais de um ano, aplicado a todos que se internaram na rede hospitalar de Teresina com o diagnóstico de encefalite, então o caso inicial desse paciente foi a encefalite”, declarou.
“A maior parte das vezes as pessoas que são infectadas ou picadas por esse mosquito não sentem nada. Mais de 70% das infecções são assintomáticas, ou seja, sem sintomas. No restante tem uma doença viral branda muito parecida com a dengue com febre, dor no corpo, dor na cabeça, vômitos. Isso dura 7 dias e o paciente se recupera completamente. O problema é que menos de 1% dos pacientes infectados desenvolvem formas neurológicas graves dentre elas a encefalite, mas pode surgir meningites e inflamação na medula espinhal”, disse ele.
Ao ser indagado sobre a possibilidade de óbito nesse caso, o médico relatou. “O paciente pode morrer sim. Dos pacientes que desenvolvem as formas graves a mortalidade chega a 10%, ou seja, 1 em cada 10 pessoas pode morrer. O principal transmissor dessa doença é um mosquito de outro gênero, agora alguns estudos mostram que os mosquitos do gênero Aedes aegypti são capazes de manter o vírus no seu organismo, mas não são o principal transmissor”, falou.
“Não ha transmissão inter humana da doença. O ser humano é considerado um hospedeiro definitivo, quando o vírus adentra o organismo do ser humano esse vírus vai morrer, não vai mais ter proliferação”, finalizou.
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