PI: Homem é preso suspeito de estuprar e manter mulher em cárcere privado

A vítima chegou a ser encaminhada a um hospital público da cidade com costelas quebradas e pulmão perfurado.

Um pedreiro de 46 anos, identificado pelas iniciais M.A.S., foi preso na segunda-feira (4) em Teresina, suspeito de torturar, estuprar e manter sua companheira de 46 anos em cárcere privado. A vítima chegou a ser encaminhada a um hospital público da cidade com costelas quebradas e pulmão perfurado. O caso foi registrado à polícia no dia 21 de janeiro na Delegacia da Mulher da Zona Sudeste da capital.

Em entrevista para o programa Bom Dia Meio Norte, a delegada Nathalia Figueiredo, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), informou que a mulher vivia em situação de cárcere e que o agressor não a deixava sair de casa. Na época em que a polícia recebeu a primeira denúncia sobre o caso, agentes não encontraram a vítima e o agressor no endereço informado. 

“A mãe se deparou com a filha amarrada, extremamente espancada e com sinais de violência sexual. A mulher vivia em situação de cárcere, ele não deixava ela sair de casa. Após averiguar o caso, chegamos à conclusão de que se trata de tentativa de feminicídio”, disse a delegada.

O pedreiro agora aguarda os trâmites legais e será encaminhado para o sistema prisional onde aguardará a decisão da Justiça. A Polícia Civil reforça a importância do Registro de Ocorrência online, com o qual foi possível ir até vítima e restabelecer a integridade física.

Conforme delegada Nathalia Figueiredo, muitas mulheres ainda sentem medo de denunciar seus agressores. Essa situação é consequência de um histórico de violência contra a mulher e do machismo, fazendo com que muitas se sintam envergonhadas de serem vítimas de violência e acreditem que são culpadas pelo ocorrido.

“A gente tem que ver o contexto que essa mulher esta inserida, se é dependência emocional, financeira, ou a questão dos filhos. Uma rede de proteção tem que atuar, conscientizar e fazer com que essas mulheres tenham condições de deixar esses relacionamentos. Nenhuma mulher gosta de apanhar ou sofrer qualquer tipo de violência”, contou.

Nathalia destaca que é fundamental que a sociedade como um todo se mobilize em favor das vítimas de violência doméstica e apoie a denúncia dos agressores para que as mulheres sintam-se encorajadas e seguras para denunciar seus agressores e ter a certeza de que serão protegidas.

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