Um motorista identificado apenas como Raimundo Nonato Mendes foi preso por policiais da cidade de Nazária, a cerca de 31 km de Teresina, acusado de tentativa de latrocínio, no dia 07 de fevereiro, domingo de carnaval, contra um delegado Gilvan Lucas de Sousa, de 37 anos, da Polícia Civil do estado do Maranhão. Na ocasião, Raimundo estava com mais dois comparsas e tomaram a arma do oficial. Durante depoimento, o acusado alegou legítima defesa.
De acordo com informações da Polícia Civil, que investiga o caso, os três espancaram o delegado e tomaram sua arma, uma pistola.40. Eles ainda atiraram contra a autoridade policial. O principal suspeito, Raimundo Nonato, mais conhecido como “Loirinho”, alegou legitima defesa.
“Tava brincando carnaval, cheguei até meu veículo e me deparei com um cidadão lá dentro. Eu não sabia quem era, não conhecia. Eele sacou a arma e na mesma hora e eu peguei a chave e disse: 'você quer o carro? Só peso que não bata em mim, pois tenho família, sou pai de dois filhos'. Eu disse: 'Não atira em mim'. Eu sai correndo, sem saber quem estava no meu carro. Eu achava que era um bandido”, disse.
Raimundo Nonato afirma que foi o delegado quem sacou a arma primeiro e só teria reagido para se defender. “Eu puxou a arma e tentou atirar novamente. Em legitima defesa, tomamos a arma dele e ele sacou outra arma. Quem atirou contra ele foram os outros rapazes, e não eu. A arma dele caiu no chão, alguém pegou e atirou", alegou.
A arma do delegado, segundo as investigações, foi encontrada com acusado que tentou se explicar. “Os meninos deixaram no carro e a arma ficou na parte de dentro. Eu enterrei em um sitio em Santa Teresa. Eu não tinha intenção de fazer nenhum assalto ou vender. Eu tenho casa própria, trabalho e chegar e dizer isso. Eu fiquei com medo quando descobri que se tratava de uma arma pertence a um delegado. Eu me arrependi, sim, pois tenho minha família”, afirmou.
Para a delegada Valéria Cunha, a versão contada pelo suspeito não se justifica. “A tese da legitima defesa que ele está alegando, não se justifica. Contra uma pessoa só, ele contratou mais duas pessoas e agrediu o delegado. O fato dele ter enterrado a arma agrava ainda mais sua situação. Se era legitima defesa, por que não chegou até a delegacia e entregaram?”Por que ele foi se esconder”, questiona.
O chefe de investigação, Carlos Pitbull, conta como tudo aconteceu. “Era de madrugada quando o delegado chegou. Ele havia passado a noite bebendo e pensava que estava chegando em seu carro. O acusado não conseguiu tirar o delegado sozinho e chamou os outros comparsas. Tiraram o delegado com socos e pontapés. Além disso, um dos comparsas atirou no delegado e tomou sua arma”, disse.