Vingança Pornô ou Revenge Porn é o ato de divulgar fotos ou vídeos íntimos de outras pessoas sem o consentimento prévio dos envolvidos seja nas redes sociais ou em outros aplicativos de comunicação. O objetivo é claro: humilhação pública.
O delegado Alessandro Barreto, que comanda a inteligência da Polícia Civil do Piauí, criou um aplicativo para ajudar vítimas de vingança pornô, com a ajuda do agente Marden Lincoln e do escrivão Felipe Oliveira, o sistema que ainda está em fase de desenvolvimento orienta para a exclusão de conteúdos íntimos divulgados na internet.
O aplicativo ajuda com informações sobre como executar caso ocorra o vazamento de fotos ou vídeos íntimos, como também oriente para evitar que o usuário seja mais uma vítima. Ele está disponível para celulares com sistema Android.
“A vingança Pornô não surgiu com esses aplicativos, ela já vem bem antes disso, rejeição e vingança andam paralelas, um camarada quando é rejeitado quer se vingar e se aproveita disso para atacar a pessoa que o abandonou e hoje com a internet, com aplicativo de mensagens esse apedrejamento virtual é mais rápido e a vítima fica angustiada, não sabe o que fazer, principalmente as mulheres que projetam uma culpa”, afirmou o delegado.
De acordo com o ele, o objetivo é ajudar as pessoas atingidas. “Pensando nisso nós desenvolvemos uma ferramenta que pudesse ser útil para dizer a vítima sobre o que ela tem que fazer para minimizar esse dano, então a ideia não foi só minha, nós três trabalhamos e conseguimos desenvolver isso que está sendo útil, a nossa função é ajudar as pessoas. Nós primeiro explicamos o que é vingança pornô, falamos sobre precauções tipo como não se permita filmar, caso se permita proteja o seu rosto. Se você for vítima vai saber quais os procedimentos que devem ser tomados por meio deste aplicativo”, destacou.
"Eu vejo muitos projetos de lei em andamento dizendo que vingança pornô não é crime, é crime sim. Quando o conteúdo é compartilhado é crime de injúria e difamação, quando se compartilha com criança e adolescente está previsto no ECA com pena de 3 a 6 anos. Então a conduta é crime, no aplicativo explica como você tira essas imagens das redes sociais e principalmente de buscadores como o Google. O artigo 21 do Marco Civil da internet diz que se o provedor responsável pelo conteúdo não tirar do ar quando notificado judicialmente pela vítima ele também responde pelo crime", afirmou o delegado.