Na manhã desta segunda-feira, 28 de junho, o delegado Francisco Costa, o ‘Baretta’, coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) rebateu as afirmações dadas pela advogada de defesa da mãe e do irmão de Izadora Mourão, Esmaela Macêdo de que Dona Maria Nerci teria assumido ser a autora do crime, deixando claro que João Paulo, seria inocente da acusação.
De acordo com Esmaela, Maria Nerci, confirmou a autoria e o crime não teve a participação de João Paulo, que estava dormindo, e segundo ela, nenhum laudo da perícia apontou a presença do réu na cena do crime. Os depoimentos foram ouvidos pelo juiz, que dará o prazo de dez dias para guiar aos próximos passos. A advogada disse ainda que vai pedir pela liberdade e inocência de João Paulo.
“Não estou aqui para contrapor a advogada porque a própria constituição diz que todo criminoso merece ter o direito a ampla defesa. A investigação foi feita com orientação partindo das circunstâncias do crime para o criminoso. O crime é o maior aliado da mentira, nós estamos aqui para dizer a verdade, os fatos foram apurados, o crime não se separa do criminoso. A perícia criminal juntamente com a prova testemunhal são claras onde coloca o autor material do crime, aquele que executa a ação de matar alguém, aquele que desferiu os onze golpes na vítima, o senhor João Paulo auxiliado pela sua mãe”, declarou Baretta.
De acordo com o delegado, desde as suas primeiras entrevistas a senhora Maria Nerci formou um álibi, uma senhora que foi chamada para corroborar, onde ela disse: Se alguém perguntar para você onde o João Paulo estava, você diz que ele estava dormindo no meu quarto, não no quarto dele. Aí depois logo pela manhã cedinho após o crime, ela pega a faca e vai deixar na casa da irmã dela, lá tem um histórico para verificar que tudo está devidamente apurado, tanto a testemunhal quando a pericial, ali não tem para onde esse individuo juntamente com a mãe dele não serem pronunciados e levados ao júri popular, eu tenho certeza que a sociedade de Pedro II vai dar o exemplo e punir os criminosos”, disse.
Imagens adquiridas pela perícia do caso mostram o momento em que Izadora está dormindo e próximo a ela se encontram João Paulo e Maria Nerci. “Os peritos foram muito categóricos, analisaram cada ângulo do ferimento desferido, a posição, a altura que estava o autor, como os golpes foram dados, a força que foi aplicada. O vestido da Nerci tinha manchas de sangue, a perícia constata quando a vitima rola na cama nos últimos instantes para cair no chão. O delegado Danúbio fez tudo com muita transparência”, afirmou.
Segundo o delegado, a estratégia da defesa de colocar a autoria do crime para Maria Nerci é uma desmoralização do poder público e acreditar na impunidade. “Tudo isso foi levado em consideração no exame pericial de local de crime onde cada lesão foi devidamente analisada, o ângulo direciona justamente a posição que estava o algoz, inclusive a força que foi desprendida pelo autor dos golpes, que foi o João Paulo. Essa senhora sofreu uma dor em ajudar a tirar a vida da filha juntamente com o filho e agora evidentemente isso mostra uma estratégia da defesa. Só que eu usaria outra estratégia porque isso não resiste a acusação, a promotora tem um lastro probatório de um inquérito policial, é só você verificar a lógica das provas, o que ela tem que fazer realmente é tentar uma diminuição de pena para eles. Essa estratégia de levar para a senhora Maria Nerci é uma desmoralização do poder publico, é acreditar na impunidade, mas eu acredito no Piauí o poder judiciário e o Ministério Público jamais vão acatar devido as provas que estão nos autos”, disse.
“Havia uma combinação e tudo aconteceu por conta de herança. Houve anteriormente a venda de uma propriedade onde a Izadora inicialmente disse que não queria parte do dinheiro, só que quando ela passou a exigir os direitos dela, ela começou a ser hostilizada e criaram esse plano, foi tudo devidamente planejado. Se eu já estivesse aposentado eu ia me habilitar para ser assistente de acusação do Ministério Público desse crime, ele merece inclusive estudos de caso para servir de exemplo de investigação de como se arquiteta o crime, como se planeja e executa o crime dentro de casa. O que ficou claro é que o filho nunca se entendeu diretamente com a Izadora, sempre tiveram desavenças internas e a mãe usou disso para que fosse ele que praticasse o ato. Repito, a defesa tem todo direito de usar sua estratégia, agora use de acordo com os autos, a negativa de autoria é prejudicial ao acusado”, finalizou o delegado.