Nesta quinta-feira (27/05), faz um ano que ocorreu o estupro coletivo contra quatro meninas na cidade de Castelo do Piauí. A equipe de reportagem da Rede Meio Norte conversou com o detento Adão José Silva Sousa, de 42 anos, que é o acusado de ser o mentor do estupro na cidade.
Segundo ele, está sendo acusado de forma injusta por um crime que não cometeu: “Essa acusação não é verdadeira, é tudo mentira, não tem como eles me acusarem de uma coisa que não foi eu. Quem está me acusando é o Estado e quem me acusou também foi o menor que morreu”, disse.
Sobre a sua rotina nos dias anteriores ao crime, Adão revelou detalhe por detalhe: “Eu assaltei uma mulher em Castelo do Piauí, que era gerente do posto de gasolina, a arma acabou disparando e acertou um tiro nela que também é filha do vereador de Castelo. Isso foi na sexta-feira, 22h da noite, a polícia já foi na minha casa no mesmo dia e eu fiquei dentro do mato me escondendo. No sábado eu fiquei até meio dia vendendo minha droga, todo mundo que vinha comprar droga na minha mão a polícia prendia para saber onde eu estava. Ainda não tinha acontecido nada com essas meninas, quando foi 18h veio outras pessoas mandando eu fugir, foi quando eu soube que a mulher que eu tinha roubado era a filha do vereador”, afirmou.
“18h do sábado eu fui para Campo Maior pela linha do trem, eu sai de Castelo no sábado, cheguei em Campo Maior e fiquei segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo. Na segunda cheguei em Castelo e fui direto para o bar que fica na rua do cemitério, a dona do bar está de prova, na terça-feira eu fui para casa do Robert, que é minha testemunha, quarta-feira que aconteceu o caso das meninas eu estava na casa do Robert muito louco de cachaça, de maconha. Me prenderam na sexta-feira sendo que eu nem sabia o que estava acontecendo”, continuou.
De acordo com Adão, o policial Elias Júnior e o vereador de Castelo são os verdadeiros mandantes do crime: “Me colocaram nesse caso porque o caso mais serio é do Elias Júnior que foi quem mandou fazer um crime que nunca tinha acontecido em Castelo. Esses quatro meninos trabalhavam para o vereador, o Elias Júnior mandava na cidade, ele era policial, como ele tinha perdido o cargo de Castelo e estava em Campo Maior ele pediu para esse meninos fazerem um crime que nunca tinha acontecido em Castelo para ele voltar, foi por isso que eles fizeram esse crime, e os meninos foram pagos para colocar meu nome nesse caso. Não pode ser coincidência, os quatro trabalhavam para o vereador e eu assaltei a filha do vereador, porque esses meninos colocaram meu nome lá? Eu sou inocente”, disse ele.
Sobre o material genético encontrado no corpo das meninas, Adão também nega: “Não tinha nenhum material meu, é tudo mentira, ninguém viu os exames, eu estou abandonado pelo meu advogado e ele tem todas as informações de que não foi encontrado nenhum material meu com essas meninas”, declarou.
Pai de duas filhas, Adão aponta que ia procurar o culpado caso o crime acontecesse com elas: “Eu ia apurar o fato, confirmar primeiro para depois julgar. Eu tenho medo de perder a vida por uma coisa que não fiz, porque tem muitas pessoas que pensam que eu sou culpado. Eu não sou louco, eu me acho uma pessoa normal. Eu não me sinto só porque eu tenho Jesus Cristo, eu me arrependo de ter assaltado essa mulher, porque foi por causa desse crime que aconteceu tudo isso”, finalizou.