Nesta quinta-feira (26), no Jogo do Poder, do Jornal Agora, os jornalistas políticos que participam do caso analisaram as repercussões para o Piauí da votação da bancada do estado na segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, arquivada ontem (25), por decisão do plenário da Câmara Federal.
Para os jornalistas, o fato de o deputado federal Fábio Abreu (PTB) ter ficado na Câmara Federal para votar contra o presidente Michel Temer não deve a afetar a relação entre o governo Wellington Dias e o Partido Progressista no Piauí. Abreu, que é secretário de Segurança do Piauí, permaneceu na Câmara até a votação da segunda denúncia contra o presidente, contrariando pedidos do governador Wellington Dias para que retornasse ao estado.
Nesta quinta-feira, o suplente de Fábio Abreu, Maia Filho (PP) foi ouvido pelo repórter Efrém Ribeiro no Aeroporto de Teresina e afirmou que a decisão de Abreu não deve influenciar nas decisões de Temer em relação ao envio de recursos para o Piauí, tendo em vista que a maioria da bancada foi favorável ao presidente.
"A gente tem uma bancada que apoia o governo Temer, então nós vamos exigir que o governo tenha maior atenção às demandas do Piauí e a gente sabe que uma coisa diretamente influi na outra, não adianta a gente querer apoio do Governo Federal se não existe apoio político. Foi um fato isolado, uma decisão do próprio Fábio Abreu e não do governador, já que a própria esposa dele não estava lá e acredito que nós vamos saber superar essa dificuldade”, disse o suplente, que deve assumir a vaga de Fábio Abreu na próxima segunda-feira.
Ouvido também no Aeroporto da capital, Fábio Abreu, destacou que sua decisão não deixou nenhuma aresta na relação com o governador Wellington Dias. O parlamentar afirmou ter seguido suas convicções na hora de decidir permanecer em Brasília para participar da votação.
"Acredito muito que não há arestas. Após a votação e antes, tenho conversado diretamente com o governador através de mensagens e que tem se mostrado é que nós temos o mesmo tratamento com relação à Secretaria de Segurança, inclusive, com algumas ações já planejadas para que a gente procure avançar mais ainda na segurança pública no Piauí”, disse.
Fábio Abreu tomou posse como secretário de Segurança ainda no aeroporto e ressaltou não ter sofrido grandes pressões para retornar ao Piauí sem participar da votação.
“Isso é natural, todo um cenário daquele em que aquela questão do voto há a pressão, principalmente quando você está no mandato, está lá na Câmara Federal pelo partido, uma vez que o partido indicou o voto da bancada pelo sim para que fosse arquivado, mas, quando a gente vai para uma situação destas eu sempre procuro me precaver de todas as possibilidades de pressões e continuo com minhas convicções firmes”, disse.
O secretário de Segurança afirmou que a boa relação que mantinha com o senador Ciro Nogueira (PP) continua intacta após a votação e destacou que os aliados no Piauí devem permanecer unidos no estado, tendo em vistas as eleições que acontecem em 2018.
"Antes voto o senador Ciro Nogueira me ligou e toda a explicação ao senador sobre a minha condição de que retornar ou voltar atrás da minha opinião e convicção jamais poderia fazê-lo. Também expliquei todas as circunstância que tomei a decisão de ficar no mandato e efetuar a votação, ele entendeu perfeitamente e com relação ao senador Ciro também não tem nenhum problema com relação a arestas, o senador mostrou isso nesta conversa antes do voto, não conversei com ele depois da votação, mas acredito que permaneça da mesma forma. Lógico que a gente tem já no próximo ano toda uma situação de campanha e precisamos permanecer unidos para que a gente possa enfrentar essa eleição com unidade e não com nenhuma diferença, principalmente em relação a um voto que na prática não não houve nenhuma diferença, mas, para mim foi fundamental porque eu expressei a minha convicção”, afirmou.