Wellington Dias: “Honrar essa confiança trabalhando muito”

Wellington Dias: “Honrar essa confiança trabalhando muito”

O candidato à reeleição para o Governo do Piauí, Wellington Dias (PT), foi o terceiro a participar da segunda rodada de sabatinas com candidatos nas Eleições de 2018, no Agora da Rede Meio Norte, na tarde desta segunda-feira (24/09). O governador reforçou quais as estratégias na reta final e destacou ações feitas durante sua gestão nas áreas da Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura. 

Wellington Dias respondeu perguntas dos integrantes do programa, jornalistas Arimatéa Carvalho, Samantha Cavalca (Ao vivo de Brasília), Ananias Ribeiro e Amadeu Campos. Nos 10 minutos finais, o candidato respondeu questionamentos enviados pelos telespectadores. Sabatina teve duração de 30 minutos.

Governador é sabatinado no Agora da Rede Meio Norte

Amadeu Campos: Governador, a duas semanas das Eleições, previstas para o dia 07 de outubro, quais são as estratégias na reta final? 

Wellington Dias: Bom, primeiro boa tarde! Saudar aqui a toda a equipe, a todos que estão nos acompanhando, não só no Piauí, mas em outros lugares! Veja só...A eleição, ela tem vários momentos e no momento que estamos, o objetivo é trabalhar, na verdade, qual é o plano, o trabalho que estamos fazendo é visitar, já que é uma eleição curta, as diversas regiões do Estado e ali nós temos a oportunidade de visitar diretamente, caminhadas em municípios e ao  mesmo tempo contato com as pessoas, com líderes, enfim, com líderes de cada região.

Como eu programei, uma campanha propositiva, ou seja, aquilo que está na nossa programação para aquela região, para o estado,  contextualizar dentro do estado, e uma campanha graças a Deus boa. A gente percebe a cada lugar esse carinho com que somos recebidos em cada lugar, no comércio, nas casas, na rua, nas feiras; uma campanha simples, pé no chão. A campanha está boa, não só por causa de pesquisas, mas pelo que a gente vê, é uma campanha que comparada com outras tem uma força muito grande do povo, uma presença também dos líderes juntos muito boa. O que eu tenho recomendado é nada de sapato alto, nada de “já ganhou”, ou seja, todo mundo trabalhar daqui até o dia 07. Se Deus quiser, concretizar voto e, é claro, a minha responsabilidade é de honrar essa confiança trabalhando muito.  

Ananias Ribeiros: Governador, há décadas atrás nós acompanhamos esse movimento de êxodo de muitos piauienses. Me permita, minha mãe passou por isso, se formou na Universidade Federal do Piauí e ficou sem emprego e precisou ir morar em Roraima, no extremo Norte do país. Muitos piauienses vão para São Paulo, Sudeste e nos últimos anos passamos a vê o retorno de muitos piauienses ao estado e uma redução desta ida para buscar uma vida fora. No próximo governo do senhor, se reeleito, o que fará para garantir ao piauiense as condições de ser feliz aqui, as condições de se estruturar no seu próprio estado sem precisar ir a outros estados?

Wellington Dias: Olha, esse é um objetivo que ficará mais, vamos dizer assim, na prioridade mais forte a partir do momento que estamos vivemos. O primeiro mandato, veja só, “ah o Wellington vai para o quatro mandado”. No primeiro mandato eu tive que cuidar da fome, tive que cuidar de gente que vivia na lamparina, de gente que carregava água de jumento, enfim, essa era uma realidade do Piauí. A gente andava nas feiras era cavalo, burro amarrado, enfim, andava nas estradas e primeiro que eram estradas ruins, piçarra, carroçal, enfim, houve uma mudança ali, como sempre digo, foi uma vitória, a gente trabalhar um plano para pagar a folha numa tabela anual. Era uma novidade, o Piauí era atrasado em vários sentidos.

No segundo mandato, ficou forte essa coisa da infraestrutura, principalmente nas estradas, junto com o ex-presidente Lula que me ajudou. A energia, a água, ou seja, já houve um plano estratégico nessa área da infraestrutura que avançou bem. Nós estamos falando, aí “cadê as obras?”, “ e as grandes obras?”, não dá nem para falar porque estamos falando de mais de 5 mil km de estradas asfaltadas, próximo de um milhão e 700 pessoas que estavam na lamparina e passaram a ter energia elétrica; um milhão e meia que não tinha condições de uma torneira em casa e passou a ter, então um projeto tão grande que é difícil medir com uma obra individualizada, embora tanto o que tem uma obra mais avançado, mais a cisterna, todo ele está valendo.

Então agora nesse mandato eu passei a jogar mais peso na economia, que já tinha investimentos, mas agora prioridade. Agora, como você coloca, essa área do empreendedorismo, ela encontra um campo mais fértil, por quê? Porque tem pessoas com nível de formação acadêmica também maior. Eu diria que temos muita gente de outros países, de outros estados descobrindo as oportunidades do Piauí, e é preciso que pessoas do Piauí, de classe média, classe média alta, como empreendedores, possam abrir oportunidades e outros que estão em outros estados possam também e quanto mais empregadores, mais emprego. Ou seja, é abrindo o estímulo a mais empreendedores que a gente garante mais emprego, foi isso que aconteceu e por isso o saldo positivo de empregos.

Samantha Cavalca: Nessa semana eu noticiei que o senhor pessoalmente estava cuidando de algumas estratégias da campanha de Marcelo Castro, mas não quero saber só disso, não. Quero saber qual é a estratégia para deixar o nome do Fernando Haddad mais popular no Piauí, e também qual é a estratégia, que o senhor não esconde de ninguém, que é fazer os dois senadores an sua chapa. 

Wellington Dias: Primeiro, Samantha, que muitos usam Haddad, Hadda, Andrade, ou seja, já vi que é muito variado. O que que é comum? É o 13, 13 do Wellington, 13 do Haddad, que é o mesmo 13 do Lula. Eu acho que isso é o que está popularizando. Eu estive com ele [Haddad] ontem em Juazeiro, Petrolina e aquilo que o Brasil viu no Pernambuco, se aproximando do Galo da Madrugada, a gente pode vê ontem ali uma caminhada em Juazeiro, depois atravessando a ponte Juazeiro-Petrolina, como diz a música, sobre o Rio São Francisco, uma cena, eu confesso, que percebia o quanto o Haddad, por não ser só próximo ao Lula, da coordenação do Lula, mas por ser uma pessoa que incorporou o programa de governo, uma pessoa que mais esteve próximo dele. O sentimento, o sentimento semelhante ao do Lula, as pessoas se emocionado, enfim. 

Então  veja só…No Piauí nós temos que cuidar da campanha toda, repito: nada de jargão, não tem ninguém que ganhou a eleição. A eleição só resolve depois que apurar lá no dia 07, à  noite, depois da apuração. Lá no dia da eleição vai todo mundo votar, todo mundo fiscalizar. É claro, claro que aqui quem entrou por último na campanha foi o Marcelo Castro. A gente teve as campanhas dos estaduais, federais, graças a Deus andando bem, a minha campanha, campanha do Ciro, do Haddad, enfim, andando bem; e a do Marcelo também andando bem. É o candidato que mais cresce semana a semana, então é preciso levar seu nome, levar juntos com Haddad como a gente diz, com Wellington Dias, ou seja, com as campanhas majoritárias, com toda as forças. Eu estou animado, acho que é real a possibilidade de vitória para os dois senadores. A campanha majoritária de governador e acho que o Haddad se apresenta muito no segundo turno. Mas eu quero crer que ainda tem muito margem para crescimento. 

Arimatéa Carvalho: Governador, as empresas que prestam serviço ao Governo do Estado, as terceirizadas, tem dado muita “dor de cabeça” ao Governo. Aqui no meu programa na Rádio Jornal Meio Norte, que tem muita audiência e é popular, eu percebo uma demanda diária se pais de famílias com três, quatro meses com salários atrasados. Eu já entrevistei alguns gestores, os gestores confirmam que tem pago, que tem repassado, que estão chamando essas empresas para conversar. Se desgasta a imagem do seu Governo e hoje mesmo, ao saber que eu iria ajudar na entrevista, vários ouvintes pediram para perguntar: “Ari, peça ao governador uma palavra para os terceirizados, porque, se reeleito, são mais quatro anos e essas empresas, poderia citar várias, tem a Limpel, por exemplo, que continuam atrasando os salários, ensaia-se até uma greve das terceirizadas para esta quarta-feira, então que palavra o senhor diz para esses pais de famílias? 

Wellington Dias: Bom, primeiro eu te agradeço por essa pergunta! Tem problema no estado? Tem! Eu nunca escondi que não tinha problemas. Agora vamos separar o  joio do trigo, que eu acho que é o principal, tanto na área de transporte escolar como na área da empresas que prestam serviço ao estado em áreas e serviços gerais,  especialmente. Veja só, qual é um fato concreto, lá atrás em 2015 quando eu assumi, havia uma atraso, chegava a seis folhas de pagamento, algumas dessas empresas. O que a gente fez? Um parcelamento. Vamos estar pagando o mês e ao mesmo tempo pagando uma parcela do passado, aconteceu que quando entramos em 2017, fizemos esse acordo um pouco à  frente do meu mandato, quando entramos em 2017 aí eu tive dificuldade financeira, 2017/2018, e algumas empresas pegaram aquela parcela que eu pagava do mês e atualizaram suas contas do passado, então trouxeram para dentro do meu governo.

O que que a gente fez? Chamou as empresas para poder voltar a normalidade. Eu mandei para Assembleia Legislativa para evitar um problema que pudesse prejudicar os trabalhadores, enfim, prejudicar os serviços, onde ali eu tive uma autorização para que pudesse pagar diretamente aos contratados, ou seja, separar o dinheiro do salário liquido, faz o pagamento, e repassa a outra parte para a empresa. Infelizmente, tive que chegar a esse ponto. Agora, são situações especificas, que tem a ver com isso, e o que eu apelei foi para que a gente pudesse manter de um lado, qual é a importância que tem esse trabalho com as empresas? Manter os serviços funcionando, por quê? Porque também já mandei, autorizei fazer notificações para as empresas, considerando que houve ali um entendimento, um acordo como foi celebrado como os contratos previam, para que elas se atenham aquilo que foi acertado, evitando prejuízo aos trabalhadores. Agora eu saberei qual é. 

No caso das empresas de transporte, teve algo, uma situação aí, essa Operação que teve foi relacionada as empresas, e tive que aguardar uns dias para ter uma decisão do juiz para poder dizer se poderia pagar ou não as empresas que tinham contrato lá atrás, 2012/2013, enfim, e que tinham contratos agora no ano de 2018. Quando veio a autorização, a gente passou a autorizar e nesse caso é uma situação que eu estou sendo mais durão, tem que notificar quem não cumprir contrato, romper contrato, colocar alguém porque não pode faltar quem transporte os alunos. 

Amadeu Campos: A oposição tem denunciado um desequilíbrio financeiro até com comprometimento da folha de pagamento de setembro. Qual é a real? 

Wellignton Dias: Primeiro que desde 2015, melhor dizendo, aliás desde o o meu primeiro mandato, nós temos uma situação de quem faz oposição no Piauí que é de um pessimismo absurdo, ou seja, que o estado está quebrado, que vai atrasar salário. O meu sentimento é que há uma verdadeira torcida pelo o pior, tipo assim..Aliás, trabalhando contra, não é? Trabalha para não vir dinheiro na Sidi, trabalha para não vir dinheiro do empréstimo, trabalha para não vir dinheiro do convênio. 

Amadeu Campos: Teve bloqueio nas contas do Governo do Estado?

Wellignton Dias: Nós chegamos a ter. Veja só, nós tinhamos uma situação que era um contrato com o Banco Mundial, pago dolarizado, e o dólar, como todo mundo acompanhou, teve uma alteração brusca. Ao pagar da forma como tinha apresentado no boleto, dava uma diferença de R$ 7,5 mi e prejuízo ao Piauí. Nós questionamos, tem que tratar disso. Nós fizemos um acordo com o Contratado, que era o Banco Mundial, e ainda sim  fizeram o bloqueio em nossa conta, graças a Deus resolvido também. 

Amadeu Campos: Mas isso atrapalha, não é? 

Wellignton Dias: Claro quer atrapalha, claro que atrapalha! Então o que eu estou dizendo aqui para você é que a impressão que eu tenho, é que precisa acontecer uma desgraça com o povo para poder ganhar as eleições. É esse o conhecimento, absurdo. Eu não faço campanha porque eu acredito. Acredito no Piauí. Acredito nesse estado. Com toda essa crise que a gente viveu, e eu uso a palavra no dia  dia, o Piauí está de pé. O Piauí é um dos poucos estados que manteve a tabela salarial, manteve a capacidade de investimento e manteve os serviços em funcionamento. Isso é a essência de um governo, e é isso, se Deus quiser, que eu quero trabalhar. Mas é um verdadeiro milagre de Deus o que acontece aqui e eu agradeço a equipe e todos que trabalham no setor público, privado para a gente viver um momento melhor do que outros estados. 

Ananias Ribeiro: Eu vi, candidato, que de 2017 a 2018 a relação do Governo do Estado com o Governo Federal terminou fazendo com que o estado sentisse muita falta de um governo parceiro, do mesmo partido, como foi no governo do senhor com Dilma, de um governo que mantivesse algumas preferências em sua relação, suas prioridades, com estado que tem grande dependência financeira com a União, como é o caso do estado do Piauí. Nós estamos na véspera de também eleger o presidente da República, eu queria que o senhor falasse da importância de ter um presidente parceiro, de um partido aliado e que possa fazer essas parcerias. 

Wellignton Dias: Primeiro vamos aqui por partes. A minha defesa  do Haddad presidente, claro que eu também sonhava em ter o Lula presidente pela experiência dele, capacidade de articulação. Mas acho que o Haddad tem essas capacidades, não tem os preconceitos que tem em relação ao Lula, que lamentavelmente que só vejo em relação ao Lula. A história vai dizer que o Lula tem o seu lugar na história do Brasil, na história do mundo; ninguém vai poder tirar isso. Mas veja só, o fato é que o Haddad tem uma experiência prática, governou uma das maiores cidades do mundo, que é São Paulo, a maior cidade brasileira. Ministro da Educação, foi um dos melhores da história.

Eu conversei com ele ontem, o Fábio Novo estava lá, lembrando do dia que foi a Bom Jesus, do dia que foi a Bom Jesus, ou seja, uma pessoa que conhece cada estado, assim como conhece o Piauí. E veja, é uma pessoa que tem compromisso com o projeto de Brasil que eu acredito: é um Brasil que deseja, o Piauí também, uma economia forte, mas um país que coloca o poder público como instrumento para o desenvolvimento, e não para recessão. Fazer o país crescer. Isso é bom para o Piauí.

Agora, para o Piauí é melhor ainda pela relação que ele tem, com o estado e comigo; é o mesmo compromisso que tinha o Lula. Compromisso pelo Piauí, compromisso por um estado que precisa mais que os outros, uma relação de amizade também, tanto que ele veio lançar a campanha dele no Piauí. Ele não escolheu nenhum outro das 27 unidades da federação, veio ao Piauí. No bairro Dirceu Acovarde, fizemos a primeira caminhada após a definição, de ele como vice do Lula. Então é alguém que eu acho que, tendo nós aqui um projeto de um Brasil para todos, quem ganha mais é o lado do Brasil, nesse caso o Piauí que ainda precisa. Ainda tem muita gente que precisa completar com energia, habilitação; precisa fortalecer a economia e nós vamos contar sempre com o Fernando Haddad nesse trabalho. 

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