O candidato ao Senado Federal pelo DC, Joaquim Saraiva, foi o 16ª a participar da série de sabatinas com candidatos ao Senado pelo Piauí nas Eleições de 2018, no Jornal Agora da Rede Meio Norte, na tarde desta segunda-feira (17/09).
Foram sabatinados Francisco das Chagas, Quem Quem, candidato pelo Avante; Marcos Vinicius Cunha Dias (PTC), candidato pela coligação de Dr. Pessoa (Solidariedade); Marcelo Castro, candidato pela coligação de Wellington Dias (PT); professor universitário Paulo Henrique, candidato pela Rede; Frank Aguiar, candidato também pela coligação de Dr. Pessoa; Jesus Rodrigues, candidato pelo PSOL; professor Fausto Ripardo, candidato pelo PCB; ex-governador Wilson Martins, candidato pelo PSB; Flávia Barbosa, candidata pela coligação de Elmano Férrer; Genival Oliveira, candidato pelo PSC; Robert Rios, candidato pelo DEM ; Ciro Nogueira, senador e candidato à reeleição e Antônio José Lira, candidato pelo PSL; Albetiza Moreira, candidata pelo PCO e Gervásio Santos, candidato pelo PSTU.
Joaquim Saraiva respondeu perguntas dos jornalistas Arimatéa Carvalho, Efrém Ribeiro, Ananias Ribeiro e do apresentador Amadeu Campos. Nos 10 minutos finais, a candidato respondeu questionamentos enviados por telespectadores. A sabatina teve duração de 30 minutos.
Amadeu Campos: Candidata, por que o senhora se considera preparada para representar o Piauí no Senado Federal?
Joaquim Saraiva: Primeiro porque eu quero e acredito que o Brasil só vai para frente com a Reforma Tributária. Com a situação que se encontra o nosso país hoje, com nível alto de desempregado, o país hoje, onde os que ganham pouco, através de impostos de ICMS, pagam igual aqueles que ganham demais, então eu vejo que a Reforma Tributária é necessária pelo desenvolvimento do nosso país. A classe média, o micro e pequeno e médio empresário é quem sustenta esse país, porque os grandes tem benefícios, tem incentivo; enquanto os pequenos vivem padecendo, numa concorrência desleal contra os grandes, então só com a Reforma Tributária nós vamos corrigir isso e começar a ter igualdade, onde todos possam pagar imposto e também os que ganham mais e pagarem mais.
Efrém Ribeiro: Dr, por que que o senhor é do DC, mas não vai votar no Eymael, que é o candidato do partido para Presidência da República.
Joaquim Saraiva: Não, eu não falei que não voto no Eymael. Eu falei que nós temos dois candidatos, vários candidatos: temos o Bolsonaro que é o candidato da mudança total, e nós queremos uma mudança total, então existe uma possibilidade de eu votar no Eymael. Eu quero apenas que ele coloque seu plano de governo que até agora ele não apresentou para nós, o que ele quer fazer pelo Brasil. Então eu quero que o Brasil mude, quero que esse país nosso cresça, quero que nosso país tenha segurança, quero que o nosso país tenha menos corrupção. Precisamos mudar esse Código Penal, temos que acabar com essa imunidade parlamentar dos políticos, e para isso precisa de coragem, de homem de fibra. Então eu como candidato, como senador, serei esse porta-voz de puxar essa bandeira da Reforma Tributária porque não aguentamos mais pagar tanto imposto e não vê os benefícios chegar nas nossas mãos.
Efrém Ribeiro: Mas o senhor não acabou de falar que poderá votar no Bolsonaro?
Joaquim Saraiva: Acabei de falar!
Ananias Ribeiro: O candidato Eymael não apresentou seu plano de governo ainda nem para os seus aliados dentro do partido?
Joaquim Saraiva: Até o momento que não vi o projeto do meu partido. Eu, sinceramente, estou querendo que seja uma coisa mais pragmática, uma coisa mais concreta. Quero dizer como é que nós vamos fazer, para nós mudar a questão da corrupção no Brasil. É isso que tem que vê, e isso tem que ter, sem duvida alguma, o pulso forte de um presidente. O Congresso, Nacional, Amadeu e telespectadores, num piscar de olho cassou a presidente da República, e no mesmo picar eles devolveu os direitos para ela. É dessa forma que funciona o Congresso Nacional, aqueles que não cedem à pressão deles, que não quer ser refém deles, o Congresso Nacional, perde o mandato. Isso aconteceu com a nossa presidente Dilma.
E os que serão eleitos ou obedecem o Congresso, se o povo continuar votando nos mesmos, ou nós vamos continuar reféns do Congresso, sem esse país nosso andar pela frente, porque o Congresso, apenas esse Congresso, ele está sendo a cópia de todos é porque o presidente esteja lá, sendo refém deles e fazendo o que eles querem, porque se não eles cassam o mandato. É assim que é o Brasil hoje, e nós queremos um presidente que tenha pulso, que possa chegar e peitar o Congresso Nacional e dizer “vamos respeitar a nossa Constituição”, uma coisa que a nossa presidente Dilma quis fazer, não teve mais como reverter a situação e aí quem perdeu com isso foi o Brasil.
Temos hoje 13 milhões de desempregados, está faltando investimento na educação, investimento na saúde; não temos quase investimento nas áreas sociais, graças a perca de mandato, do interesse desses parlamentares que era tirar a Dilma. E é incrível que aqui no Piauí dos 10 deputados federais, 5 votou pela cassação da Dilma, inclusive o presidente nacional do partido fez a mobilização do seu partido porque graças a ele a Dilma perdeu o mandato por 17 votos. Se esse partido tivesse votado em peso em relação a Dilma, contra a cassação da Dilma, ela não tinha perdido o mandato.
Arimatéa Carvalho: Candidato, o senhor falou que ainda não conhece o plano de governo do candidato à Presidência do DC, Eymael, que deu várias entrevistas em grandes veículos de comunicação e expôs algumas ideias deles. Por exemplo, ele é a favor da Reforma Trabalhista, aprovada ano passado e em vigor no país. Ele acredita que ela foi positiva para o Brasil. Eu queria saber sua opinião, por exemplo, em relação a esse tema que é bastante importante.
Joaquim Saraiva: Primeiro que não houve Reforma Trabalhista, o que houve foi retirada dos direitos dos trabalhadores. A partir do momento em que abriu espaço para as empresas privadas terceirizarem a mão de obra, o trabalhador ficou volúvel, daqui a pouco, amanhã, se essa emissora aqui ou o grupo que você trabalha, que não quiserem que os funcionários tenham muito tempo de casa, eles vão contratar uma empresa, contratar mão de obra dos jornalistas, dos apresentadores e de todo o trabalho dos trabalhadores e eles vão ficar apenas um período e quando não servir mais serão descartados.
O que houve foi exatamente isso, então como é que o meu partido era a favor da Reforma Trabalhista, se nós não temos nenhum deputado federal? Então essa declaração dele, se ele fez, ele foi muito infeliz. Para ser a favor ou contra, tem que ter o Parlamento, tem que ter representante.
Amadeu Campos: Mas o senhor demonstrou aqui claramente que é contra.
Joaquim Saraiva: Eu sou totalmente, não houve Reforma Trabalhista. Que Reforma Trabalhista que houve, Amadeu? Tirar o direito do trabalhador, fazer com que o trabalhador daqui para frente, antes trabalhava um ano e tinha direito a cinco meses de seguro-desemprego; agora ele pode ter no primeiro ano, na segunda demissão tem que trabalhar um ano e seis meses. Pelo amor de Deus! Massacraram os trabalhadores! E aqui no Piauí eu quero apenas parabenizar o Assis Carvalho, foi o único que votou contra essa Reforma. Para ele eu bato palmas, os outros não merecem serem reeleitos. Então o Assis merece por ter votado com convicção da proposta de seu partido.
Efrém Ribeiro: Que amor o senhor tem a política porque já foi candidato outras vezes, não foi eleito e continua, então precisa de muito amor por essa atividade. Então queria saber qual seu amor pela política e quantas vezes foi candidato?
Joaquim Saraiva: Porque não tenho coragem de ir para as urnas e votar nesses que estão aí. Eu tenho coragem para dizer que eu quero a Reforma Tributária, eu quero ir para rua, dizer que quero que o Porto de Luís Correia seja construído, e que nós possamos fazer uma estrada de ferro ligando Cristalândia a nosso Porto. Eu quero dizer que eu quero que Teresina tenha uma refinaria da Petrobras, que Floriano tenha um Terminal de Petróleo, Picos, ou em Parnaíba e Floriano. Quero dizer que a Universidade Federal de Floriano tem que ter curso de medicina, de direito, engenharia. Que Canto do Buriti seja beneficiada com um campus da Universidade Federal, da mesma forma São Raimundo Nonato e a cidade de Barras, é por isso que eu sou candidato, para dizer do que o Piauí precisa, que eu acredito que esse estado só vai para frente no dia que tiver candidatos que não estão em busca de cargos.
Tantas vezes eu fui candidato, mas nunca peguei cargo no Piauí, nunca tive um cargo. Acabou a eleição eu sigo minha vida, não tento pegar essa, não abocanhando cargo de ninguém. Eu sou independente. Eu trabalho, graças ao Esporte que a vida me deu, uma condição de viver livremente, então não interessa quantas vezes eu fui candidato. O que interessa é que eu nunca me corrompi e nem nunca estive do lado dos poderosos, nunca estive do lado daqueles que destroem nosso estado, que suga a riqueza do nosso povo do estado do Piauí. Se transforma essa riqueza que vem para se investir em nosso estado, em benefício do povo, se transforma muitas vezes em mansão no Jóquei, apartamento de luxo e viagens internacionais.
Ananias Ribeiro: O senhor falou da possibilidade de votar em Jair Bolsonaro, mais na frente criticou o processo de impedimento da ex-presidente Dilma, elogiou Assis Carvalho sobre sua postura na votação da Reforma Trabalhista. A gente vê o senhor tratando de campos políticos totalmente opostos, tanto de direita como de esquerda, então qual campo político o senhor se posiciona hoje?
Joaquim Saraiva: Primeiro que não tem campo de direta hoje ou de esquerda, no poder e fora do poder. Se tivesse ponto de esquerda o PT não estava coligado com o PT, não estava coligado com o PMDB, e com os partidos que se dizem de direita. A prática do PT hoje é totalmente de direita, temos algumas excessões, mas podemos citar nomes. Tem alguns membros do PT que continuam com suas posturas. Quando eu falei Assis Carvalho, eu falei em relação a Reforma Trabalhista, e não outra questão. Naquele momento ele estava em defesa dos trabalhadores, ele estava em defesa daquelas que precisam de seu trabalho e contra especulação e exploração do capital naquele momento, que já explorados e com a Reforma Trabalhista ficou pior.
E outra coisa, quando eu falei do Bolsonaro, eu falei em combater a corrupção, em combater o crime, que nós mudemos esse Código Penal, que ninguém aguenta mais andar na rua sendo assaltado e meia hora depois aquele que cometeu o crime está solto. Então é necessário que tenha um homem de coragem para isso. Eu sou favorável que tenha um plebiscito, onde o povo vai decidir que tipo de pena devemos ter para aquelas que cometem crimes e penas mais duras para quem rouba o dinheiro público. Dessa maneira o Brasil vai começar a mudar.